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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Alunos HCA - técnicas da pintura românica . Orientação para análise de uma obra de arte

Veja o seguinte vídeo:

http://www.youtube.com/watch?v=_VAHDaVP1d4

 As técnicas da têmpera e da encáustica.

Têmpera é o nome dado a um dos modos como os artistas bizantinos preparavam a tinta usada em seus ícones. Consiste em misturar os pigmentos a uma goma orgânica – em geral gema de ovo – para facilitar a fixação das cores à superfície brilhante e luminosa. Mais tarde, com o desenvolvimento da pintura a óleo, essa técnica foi abandonada. Alguns pintores continuaram a utilizá-la, como é o caso do brasileiro Alfredo Volpi (1896-1988).
Já a técnica da encáustica foi usada desde a Antiguidade. Os gregos, por exemplo, a utilizavam para colorir suas esculturas de mármore. O processo consiste em diluir os pigmentos em cera aquecida e derretida no momento da aplicação. Ao contrário da têmpera, cujo efeito é brilhante, a pintura em encáustica é semifosca.







O estilo românico na pintura.

Os pintores românicos caracterizaram-se como verdadeiros muralistas. A pintura românica desenvolveu-se sobretudo nas grandes decorações murais, favorecidas pelas formas arquitetônicas: as abóbadas e as paredes laterais com poucas aberturas criavam grandes superfícies. Na pintura mural era utilizada a técnica do afresco.
Os murais tinham como modelo as ilustrações dos livros religiosos, pois naquela época era intensa, nos conventos, a produção de manuscritos decorados à mão com cenas bíblicas.
Os motivos usados pelos pintores eram de natureza religiosa. A pintura românica pratica-mente não registrou assuntos profanos. Para as igrejas e os mosteiros, geralmente eram escolhidos temas como a criação do mundo e do ser humano, o pecado original, a arca de Noé, os símbolos dos evangelistas e Cristo em majestade.
O mural tem no centro a figura de Jesus Cristo, cercado de anjos. Ele expressa bem as duas características essenciais da pintura românica: a deformação e o colorismo. A deformação, na verdade, traduzia os sentimentos religiosos e a interpretação mística que o artista fazia da realidade. A figura de Cristo, por exemplo, era sempre maior que as demais. Sua mão e seu braço, no gesto de abençoar, tinham proporções intencionalmente exageradas para que o gesto fosse valorizado por quem contemplasse a pintura. Os olhos, muito abertos e expressivos, evidenciavam sua intensa vida espiritual. O colorismo traduziu-se no emprego de cores chapadas, uniformes, sem preocupação com meio-tons ou jogos de luz e sombra, pois não havia a menor intenção de imitar a natureza.

Pintura “a fresco”: uma técnica antiga e de difícil execução.

O termo afresco, hoje é sinônimo de pintura mural. Originalmente, porém, era uma técnica de pintura sobre paredes úmidas. Vem daí o seu nome.
Nesse tipo de pintura, a preparação da parede é muito importante. Sobre sua superfície é aplicada uma camada de cal que, por sua vez, é coberta com uma camada de gesso fina e bem lisa. É sobre esta última camada que o pintor executa sua obra. Ele deve trabalhar com a argamassa ainda úmida, pois com a evaporação da água, a cor adere ao gesso e o gás carbônico do ar combina-se com a cal, transformando-a em carbonato de cálcio e completando a adesão do pigmento à parede.
O afresco se distingue das outras técnicas porque, uma vez seca a argamassa, a pintura se incorpora ao reboco, tornando-se parte integrante dele. Nas demais técnicas, a pintura permanece como uma película aplicada sobre o fundo. Além disso, como a parede deve permanecer úmida para receber a tinta, a camada de gesso tem de ser colocada aos poucos: se uma área já pronta não receber pintura, precisará ser retirada e aplicada posteriormente. Essa é a razão pela qual ao observar-se um afresco de perto, pode-se notar os vários pedaços em que foi sucessivamente executado.



Eis aqui os aspectos a considerar na análise de uma obra de arte

As imagens (pinturas, esculturas, monumentos, relevos, ruínas, adereços) constituem uma das mais importantes fontes de informação histórica. Qualquer que seja a natureza e o género dos documentos iconográficos, a sua análise deve ter em conta os seguintes aspectos:

1. Situar a obra
a) Titulo
b) Autor: datas de nascimento e morte, contexto em que viveu, estilo, importância...
c) Data de execução: contexto histórico
d) Natureza: pintura, escultura, arquitectura...
e) Género: retrato, paisagem, caricatura, alegoria...
f) Assunto: social, religioso, mitológico...

2. Descrever o documento
a) Realização: modo como foi executado e composto; tipo de suporte em que foi elaborado ou construído, materiais e técnicas utilizadas.
b) Personagens e acção
c) Cores e luzes
d) Desenhos e contornos
e) Observação de outros pormenores: símbolos, sinais, vestuário...
f) Importância da obra e do autor: contexto, influência...

3. Interpretar
a) Significado: real ou simbólico da obra em geral ou de elementos específicos da mesma (personagens, objectos, símbolos...)
b) Intenções do autor



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