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sexta-feira, 19 de abril de 2013

História 11º -Módulo 6 - Unidade 2- Síntese - Unidade e Diversidade da Sociedade Oitocentista

- O liberalismo político, triunfante em quase todos os Estados europeus no século XIX, instituiu um novo tipo de sociedade, baseado na igualdade jurídica de todos os cidadãos perante a lei, no respeito pelos direitos naturais dos homens e pela liberdade individual em todos os sectores. Este novo tipo de sociedade – a que se convencionou dar o nome de sociedade de classes – aceita como únicas diferenças as resultantes do poder económico, das capacidades individuais e da profissão de cada um. Admite, deste modo, a mobilidade ascensional e descensional. O nascimento perde importância como critério de diferenciação social, como acontecia na sociedade de ordens do Antigo Regime.
Esta sociedade de classes encontrava-se dividida em três estratos: classe alta (associada à alta burguesia, a grande burguesia empresarial e financeira); as classes média; a classe baixa (o proletariado).

- A alta burguesia (grupo relativamente homogéneo) ocupava-se de actividades industriais e comerciais, assim como de financeiras e políticas. As Revoluções Agrícola e Industrial e o triunfo do Liberalismo proporcionaram a esta burguesia o poder económico e político.
Na primeira metade do século XIX, caracteriza-a um estilo de vida e valores culturais que se aproximam da velha aristocracia nobiliárquica. Leva uma vida mundana e aparatosa, da se destaca a organização de bailes e grandes recepções. Vive em residências apalaçadas, no campo ou na cidade, veste-se com elegância e de acordo com a moda, possui imensa criadagem, cultiva as aparências e preocupa-se com a reputação.
Progressivamente, esta alta burguesia vai ganhando consciência de classe, que a distancia quer da antiga aristocracia quer das classes inferiores suas contemporâneas. Afirma os seus próprios valores e comportamentos: o gosto pelo trabalho, a preocupação em poupar, a valorização do esforço pessoal, a importância dada à família e à educação vão-se impondo.
Apesar da imagem divulgada do self made man, era da burguesia que nascia a nova burguesia (o que constituía um entrave à igualdade de facto). O investimento na educação dos filhos, a transmissão dos bens familiares e a constituição de redes de solidariedade familiar levaram à formação de autênticas dinastias burguesas.

- Situação intermédia entre a classe dominante e as massas populares rurais ou urbanas, as classes médias eram, no século XIX, ainda muito incipientes (não obstante a sua contínua proliferação dos países desenvolvidos).
Caracterizada por uma profunda heterogeneidade (e daí preferir-se utilizar o plural, classes médias), era composta por pequenos comerciantes, empregados de loja, profissionais liberais (médicos, advogados, engenheiros, etc.) e funcionários ao serviço das empresas ou do Estado (os chamados colarinhos brancos).
Conservadoras e puritanas, as classes médias proliferam com o surto urbano e o consequente aumento do sector terciário (comércio e serviços ligados à educação, aos transportes, ao saneamento, etc.), assim como com o alargamento da instrução (a escolaridade primária obrigatória e gratuita torna-se algo comum nos países industrializados).
Orientam os seus comportamentos um conjunto de “virtudes públicas e domésticas”: são as defensoras dos “bons costumes”. O trabalho e a família são considerados os bastiões da sociedade. Defendem uma moral rígida, a ordem e a segurança públicas e demonstram respeito pelas convenções e pelas hierarquias. Procuram imitar os padrões de comportamento da alta burguesia e cultivam as aparências. Temem perder o emprego, mostram desconfiança em relação às classes populares e receiam a proletarização.

- A classe baixa (o proletariado), era o grupo social constituído por aqueles que tinham como único meio de subsistência a venda da sua força de trabalho, visto não terem acesso económico à propriedade.
A redução dos trabalhadores à condição de proletários foi uma consequência das transformações operadas no processo produtivo, agrícola e industrial, sob o signo do liberalismo económico e do capitalismo industrial. Assim, foi a industrialização, com o estabelecimento de grandes indústrias onde se implementaram as novas formas de racionalização do trabalho, que gerou a desvalorização da mão-de-obra e o surgimento do operariado proletário.
Usufruindo salários de miséria, porque submetidos à lei da oferta e da procura, os operários possuíam geralmente famílias numerosas (a prole), que viviam em precárias condições de habitação (nos subúrbios), onde a miséria, as doenças, a delinquência e o desregramento moral grassavam. Por sua vez, a insalubridade nas fábricas, os acidentes frequentes, o horário que rondava as 16 horas diárias, o desemprego constante agravado pela inexistência de mecanismos de apoio adequado e a exploração da mão-de-obra feminina e infantil constituíam condições de trabalho desumanas, marcadas pela exploração desenfreada da mão-de-obra.

- As precárias condições de vida e de trabalho do proletariado, fizeram emergir no seio dos operários a consciência colectiva da exploração a que se encontravam submetidos por parte da burguesia, e a ideia de que a reposição da justiça teria de ser conseguida através de um esforço de organização dos próprios operários – surgia assim o movimento operário.
De início, este movimento operário assumiu um carácter associativista, com a criação de organizações mutualistas de operários, de socorros mútuos. Posteriormente, o movimento assumiu uma feição mais violenta com o luddismo (destruição de máquinas, de fábricas e de outros bens do patronato). A insuficiência destas acções levou à formação de sindicatos, o instrumento de organização da classe operária por excelência, responsáveis pela realização de acções conscientes de reivindicação e de luta (negociações, manifestações, boicotes, greves).

- Um passo decisivo para a afirmação do movimento operário foi dado pelo aparecimento das doutrinas socialistas e pela sua articulação com os partidos políticos.
Na realidade, após as primeiras tentativas mais ou menos inconsistentes em torno da criação de cooperativas de produtores independentes, da extinção do Estado e da exploração do homem pelo homem (socialismo utópico: Proudhon, Saint-Simon, Robert Owen, Fourier), o socialismo científico ou marxista (Karl Marx, F. Engels) considerou a conquista do poder pelo operariado como a meta capaz de terminar com a exploração dos trabalhadores.
O marxismo defendia a abolição da propriedade privada, a nacionalização dos bens de produção e a criação de uma sociedade sem classes. Para tal, consideravam os marxistas, era necessário que o proletariado assumisse o comando político e económico (ditadura do proletariado).
O marxismo contribuiu também para a formação do materialismo histórico – concepção da história como o suceder de lutas de classes, de confrontos sociais entre opressores e oprimidos em busca da liberdade.
Um dos objectivos dos marxistas era a internacionalização do movimento operário, com a criação da Associação Internacional dos Trabalhadores (I Internacional: 1864-1876; II Internacional: 1889- 1914). Todavia, as divisões abertas no seu interior, entre marxistas, anarquistas (defendem a supressão de qualquer tipo de autoridade) e revisionistas (defendiam transformações sociais graduais e não violentas), juntamente com as tensões nacionalistas das vésperas da I Guerra Mundial (1914-18) acabaram por minar este objectivo.

terça-feira, 2 de abril de 2013

Hist.11 - Contextualização do módulo 6



CONTEXTUALIZAÇÃO
No decurso do século XIX, a Revolução Industrial mudou a face da Europa e do Mundo.
Fruto da estreita ligação entre o laboratório e a fábrica, o ritmo das inovações acelerou-se. Novas fontes de energia, como a eletricidade e o petróleo, e novos sectores de ponta, como a siderurgia e a química, marcam a segunda metade do século. As distâncias encurtam-se, dada a rapidez crescente dos transportes e dos meios de comunicação.
Perfeitamente consolidado, o capitalismo industrial impõe as suas regras. A livre-concorrência força a concentração empresarial e a otimização dos recursos produtivos. No fim do século, estão já constituídos os primeiros gigantes económicos e estudam-se as formas de uma maior rentabilização do trabalho humano.
Pioneira da industrialização mundial, a Inglaterra mantém, até cerca de 1870, um lugar destacado entre as grandes potências. A confiança nas capacidades da sua economia leva-a a defender o livre-cambismo como a fórmula mais eficaz para a prosperidade geral. A Europa escuta-a e suspende os entraves à livre circulação de mercadorias. As trocas mundiais praticamente duplicam em menos de um século.
A expansão do capitalismo não se faz, porém, sem sobressaltos. Repetidas crises cortam bruscamente os anos de prosperidade e lançam os países mais ricos num clima de desorientação e na miséria social. Faltam, ainda, mecanismos de controlo económico que só a evolução do sistema permitirá aperfeiçoar.

Hist. A - 11º - vídeo- aula sobre a 2ª rev. industrial

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=84g_asWHfIM#! Séc.XIX http://www.youtube.com/watch?v=Qf6johJe4XY

Site sobre museus- enriqueça-se e ganhe cultura geral

http://www.olhardigital.com.br/produtos/central_de_videos/faca-um-tour-virtual-pelos-principais-museus-do-mundo