Páginas

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Visita de estudo à Sé Catedral do Funchal

Foi a primeira Sé Catedral construída pelos europeus fora do espaço continental europeu. É património nacional.
"A Sé do Funchal, na ilha da Madeira, é um dos poucos edifícios que sobreviveram virtualmente intactos desde os tempos da colonização.


Traça original

Nos anos 90 do século XV, D. Manuel I enviou o arquitecto Pêro Anes para trabalhar no desenho da catedral do Funchal, que ficou concluída em 1514. No entanto em 1508, quando o Funchal foi elevado à categoria de cidade, já se celebravam missas no templo.o modelo dominante é gótico-tardio. Fachada tripartida - 3 panos- o central é mais alto, cantaria vermelha do Cabo Girão. Portal gótico com 8 arquivoltas e colunelos encimado por custódia e armas reais, Rosácea gótica lavrada com ornatos em cantaria.

O coruchéu da torre sineira e mais alguns detalhes só vieram a ser finalizados cerca dos anos de 1517-1518.
A igreja possui uma excepcional cruz processional, oferecida por D. Manuel I. Esta alfaia de culto em prata dourada é considerada uma das obras-primas da ourivesaria manuelina portuguesa".(actualmente está no museu de arte sacra)











Edifício actual


(In Wikipédia)

A coluna de Trajano - alunos de HCA

Consulte das páginas 136 à 139 do manual e preencha a seguinte ficha formativa:

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Todos os alunos: História e HCArtes - A Arte romana em Portugal

Veja o site :http://terrasdesantiago.planetaclix.pt/ruinas.htm

A ARTE ROMANA EM PORTUGAL
No início do século I, Roma domina em absoluto a Hispânia (Península Ibérica). Porém, dois
séculos antes havia já iniciado a Romanização do território, impondo aos povos
conquistados (entre eles os Lusitanos) a sua cultura: o latim, a moeda, o direito, os padrões
de peso e medida, o calendário juliano (que haveria de se manter até ao século XIII), o
urbanismo, as tipologias arquitectónicas, a rede viária, as instituições políticas, a agricultura
intensiva, as indústrias, os deuses e os hábitos romanos.
No âmbito da Arte, os Romanos deixaram-nos uma herança significativa nos domínios da
Arquitectura, da Escultura, da Pintura e das Artes menores (mapa ao lado).
Na Arquitectura, encontramos vestígios de:
- ínsulas, domus e villas;
- vias, pontes e aquedutos;
- fóruns, teatros, templos, termas, circos, estádios, anfiteatros, torres.
Na Escultura, encontramos:
- estátuas de imperadores e de figuras mitológicas.
Na Pintura, encontramos:
- mosaicos figurativos – temas mitológicos, marinhos e animais – e decorativos –
geométricos e vegetais; e alguns frescos.
Nas Artes menores, encontramos:
- peças de cerâmica e vidro.
No país, as mais importantes estações arqueológicas relativas ao período romano são
Conímbriga (próximo de Coimbra) e Miróbriga (Santiago do Cacém). No Algarve, os
principais locais onde podemos ver marcas da presença romana são: Cerro da Vila
(Vilamoura), Milreu (Estoi), Balsa (Tavira), Museu Arqueológico (Faro).

Alunos HCArtes e História A 10º ano - Escultura e pintura romanas

A ESCULTURA ROMANA
Individualismo, realismo e idealização; o retrato como género

A arte romana adquire total independência em dois géneros de arte figurativa: um deles é o retrato que representa fielmente o modelo. Enquanto o retrato grego se dirige sempre à essência e à ideia da pessoa, no romano surge um realismo descarnado, que culmina com a reprodução naturalista. (…) O outro género criado pelos romanos é o relevo histórico. (Ursula Hatje)

Período republicano

A escultura romana teve no retrato o seu género mais cultivado.
Até ao período de Augusto, as representações escultóricas apresentam um marcado realismo, por influência das retratísticas etrusca e helenística.
À antiga idealização do corpo humano, própria dos Gregos clássicos, sucede um novo interesse pela personalidade do indivíduo, que favorece o aparecimento de uma escola de representação realista, fiel aos traços físicos e expressando os traços psicológicos das personagens.
Glorificam-se os chefes políticos e militares mais importantes, aos quais se erguem estátuas em lugares públicos.
Produzem-se retratos, com a finalidade de perpetuar a memória do chefe de família falecido – o pater famílias – e de prestar culto aos antepassados – o jus imaginum.

Período imperial

A partir de Augusto, verifica-se a alteração da representação escultórica no sentido de um maior idealismo, expresso nas representações dos imperadores, como resultado do seu estatuto, das qualidades que lhes estavam associadas, dos poderes que lhes foram atribuídos, e como justificação da sua divinização.
Assiste-se, então, à influência da escultura clássica grega:
•atribui-se gravidade à personagem, que deve ser admirada e respeitada –
(Augusto de Prima Porta);
•idealiza-se a imagem do imperador, pela necessidade de perpetuar a figura do
Homem-Deus – evidente na mesma figura;
•admiram-se, reproduzem-se e imitam-se originais gregos.
Porém, a expressão do poder (glorificação das proezas militares do imperador) sobrepõe- se à busca da beleza grega.
Impõe-se a estátua equestre – novo género de estatuária oficial que consagra o soberano como herói iluminado e audaz, em traços naturalistas e expressão idealista



A PINTURA ROMANA
A vida enquanto forma de arte; os Frescos de Pompeia como documento do cultivo do luxo na vida doméstica;
a construção da ilusão arquitectónica; primeiros ensaios da representação perspectivada do espaço; a arte do mosaico
Foi nas composições figurativas que melhor se revelou o domínio das técnicas de representação e uma expressividade dramática que não encontramos noutras formas de expressão artística romana.
Com o declínio da pintura mural (século I d.C.), o mosaico adquiriu maior expressão e expansão, passando a ser o meio privilegiado de decoração de paredes e pavimentos.
Influências
o Egípcia.
o Etrusca.
o Grega.
Técnicas
o Mosaico: conjunto de pequenos cubos multiformes de pedra, mármore,
esmalte (tesselas), justapostos de modo a reproduzir um desenho, engastado
num cimento, argamassa ou estuque (um reboco / revestimento à base de cal,
gesso, pó de mármore, areia, cimento…).
o Encáustica: técnica à base da diluição dos pigmentos (corantes naturais) em
cera derretida.
o Fresco: pintura sobre reboco de gesso fresco e húmido.
Estilos
o Primeiro estilo – incrustação.
o Segundo estilo – arquitectural.
o Terceiro estilo – ornamental.
o Quarto estilo – cenográfico.

Temáticas
o Cenas mitológicas.
o Paisagens.
o Retratos.
o Naturezas-mortas.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

vídeo divertido sobre o I. Romano

Aprenda a história do Império romano fácil e de forma agradável

Parte 1 - http://www.youtube.com/watch?v=2VF_pXPpgZM
Parte 2- http://www.youtube.com/watch?v=JRW4R7G7kJc&feature=related

Esquema síntese Imperio romano Alunos de História e Historia da cultura e das Artes

Copie o site e cole-o na barra de pesquisa

https://docs.google.com/viewer?a=v&pid=explorer&chrome=true&srcid=0Bx23YVXU3qVCNzUxNzA2NmMtMGU3Ni00MDQwLThkZjItNTU3YzY3YTcxYzUy&hl=en_US

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Guião de exposição oral

A exposição de um tema é o desenvolvimento do seu conteúdo face a um
público ouvinte. Há que considerar dois aspectos: o conteúdo e o modo de transmiti-lo.

Terminado o trabalho que se quer apresentar, começa-se a preparar a comunicação:
1. Combinar o dia e a hora da apresentação.
2. Se o trabalho é de grupo, dividir tarefas para a apresentação.
3. Ler uma ou duas vezes todo o trabalho.
4. Preparar a sala - mesa e cadeiras para os comunicadores e lugares para os colegas.

Apresentação:

1- Nome e nrº de cada elemento do grupo

2-Tema do trabalho

Técnicas a utilizar

1. Falar de frente para o público. Falar alto, devagar e com clareza.
Não falar ao mesmo tempo.
2.Mostrar os materiais (cartazes, desenhos, gráficos, gravuras...)
apontando com um ponteiro.
3.Também se pode utilizar o retroprojector (acetatos), projector de
diapositivos (slides), vídeo, projector de vídeo, televisão, quadro...

4.Concluir a apresentação, fazendo a síntese das ideias, aspectos ou argumentos
principais;
5.No fim da apresentação, deixar um tempo para quem quiser fazer
perguntas, falar do assunto ou acrescentar algo mais

Material de apoio

Pode, como apoio, recorrer a:
•retroprojector
•DVD, CDRom,…
•slides
•acetatos
•computador (powerpoint por exemplo)
•cartazes
•outros…

Alguns conselhos

Procure chegar cedo ao local da sua apresentação, de modo a ter tempo para
verificar se o material que vai utilizar está operacional;
Não se esqueça que o que vai apresentar tem de ser visto, ouvido e entendido por
todos;

Se optar por utilizar texto em suporte visual (acetato, slide, powerpoint…),
procure ser preciso e conciso para não cansar e desmotivar o auditório;
Não distribua uma síntese da apresentação antes da sua realização (o auditório
tenderá a focalizar a sua atenção no documento e não no seu discurso);
Tenha sempre presente que:
- o gesto une-se à voz, prestando-lhe uma valiosíssima colaboração. Todo
o corpo se expressa quando fala. As mãos e o olhar constituem meios de
reforços expressivos.
- o ritmo e a entoação que se dá às palavras influem muito na eficácia e
no impacto da comunicação. Uma fala monótona, sem pausas, cria fadiga
ao ouvinte e impede-o de entender o que se diz. Por outro lado, um tom
variado, agradável, com as necessárias pausas, aumenta a capacidade
persuasiva do discurso.
- uma voz serena, clara e bem modulada permite que o ouvinte siga o
discurso com maior facilidade, atenção e, porventura, atracção.

domingo, 13 de novembro de 2011

Ficha de trabalho sobre arquitectura romana: HCArtes

Procura informações para as respostas no teu manual, nas pp. 104 a 123


1. Observa a Imagem 1 e faz a sua legenda (usa os nºs da lista ao lado):



absidíolo - 11
deambulatório - 10
capela-mor - 9
cabeceira - 8
cruzeiro - 7
transepto - 6
nave central - 5
nave lateral - 4
contraforte - 3
tramo -2
portal principal - 1

2. Quantos tramos vês nesta imagem? ____________
3. Ainda na imagem: como se chama a fila de janelas junto à abóbada?
Imagem 2


4. Procura o significado de “trifório” no manual (pp. ) e regista-o aqui.
5. Dá exemplo de uma Fig. do teu manual em que apareça um trifório: Fig. __, pág.___ .
6. Distingue “cachorros” de “gárgulas” (pp. ).
7. O que são arcos torais? E arcos formeiros?
8. Aponta, com uma seta, um arco toral na imagem 2 desta folha.

9-Lê´o doc.45, p. 115 do manual sobre o Coliseu de Roma e refere:

a)data da construção
b)encomendador
b1)função
b2)tipologia
b3)elementos estruturais
b4 dependências
b5)nrº de entradas
b6)tipo de planta
b7)decoração
c)capacidade da cávea
d)área da arena
e)altura da parede exterior
f)materiais utilizados na construção

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

HCArtes- Revisões gerais mods.1 (Cultura da àgora ) e 2 Cultura do Senado)

http://www.filestube.com/h/hist%C3%B3ria+da+cultura+e+das+artes

Faz o downloud no site acima de:
Revisões gerais mods.1 e 2

http://www.4shared.com/get/EhYHoFlV/Revises_gerais_mods1_e_2.html

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Objectivos para o 2º teste de Historia da Cultura e das Artes

Módulo II – A Cultura do Senado
I - A Lei e a Ordem no Império

Grupo I

Localizar o Império Romano no seu apogeu, no espaço e no tempo
Conhecer os factores de construção e coesão do império
Conhecer a evolução política de Roma desde a República até ao regime Imperial
Descrever o poder de Octávio César Augusto
Conhecer o cosmopolitismo económico, social, político e cultural da cidade de Roma
Descrever o Urbanismo romano como modelo
Descrever a malha urbana das cidades romanas
Explicar a importância do Fórum

Uma Cultura Pragmática

Grupo II

Conhecer a evolução do latim
Perceber a importância do latim como factor de união do império
Integrar a prática do ócio no contexto da “pax romana” e da prosperidade imperial
Conhecer as principais manifestações culturais romanas
Relacionar os ócios mais procurados com os valores do homem romano
Sublinhar a importância do Circo romano
Conhecer a dimensão social dos banhos
Reconhecer o gosto pelas artes entre a elite romana

Entre o Belo e o Útil: a Arquitectura Romana
Grupo III

Conhecer os aspectos originais da arquitectura romana a partir da fusão entre as influências grega e etrusca
Enumerar as inovações técnicas introduzidas pelos romanos na arquitectura
Distinguir arquitectura religiosa, pública, privada e comemorativa
Descrever as características do templo romano
Enumerar os elementos construtivos mais significativos no fórum.
Reconhecer a importância das estradas e pontes como instrumentos de formação e coesão do império
Relacionar a arquitectura privada com o estatuto social
Explicar o papel da arquitectura comemorativa

Descrição do módulo 2 - História da Cultura e das Artes

Módulo nº2 - A Cultura do Senado

1. Tempo e Biografia
1. Tempo/ 2. Biografia – Séc I ac. / I d.c - Corresponde ao período de esplendor do Império Romano e coincide com o período de governo de Ocávio César Augusto, o primeiro imperador que marcou de tal modo a sua época que, logo à sua morte, o Senado de Roma apelidou o seu tempo de vida como o “século de Augusto” ( entre 40 a 38 aC., o Senado atribuiu o título de Imperador, com a designação de Octávio ) . Dotado de um sentido político, Octávio chegou ao primeiro plano do Estado por delegação do povo romano , dentro da ordem republicana e possui, de facto, uma autoridade pessoal, absoluta e de carácter quase divino, já que a aura de prestígio que o acompanhou originou o culto imperial, factor de propaganda e coesão politico em todo o vasto império romano. (recebeu em 12 a C. o título de Pontfex Maximus – Sumo Pontífice). A sua acção, no plano Militar, contribui para um período de tempo em que se assistiu ao restabelecimento da ordem e da paz. No plano Político, o imperador reforçou os seus poderes e reduziu os poderes do Senado e empreendeu a reforma do aparelho administrativo central e provincial. Outros poderes, em 27 ac., o Senado concedeu-lhe o título de augustus pelo qual podia nomear os senadores e em 23 aC., o poder tribúnicio pelo qual podia convocar os Comícios e o Senado e vetar as leis e outras decisões destes órgãos, em todo o Império. No plano Social, procurou eliminar as lutas sociais, fomentando a igualdade de todos perante a lei ainda que a nível teórico, uma vez que na prática ao criar o censo, imposto pago, criou condições para criar uma sociedade fortemente hierarquizada a partir da cúpula onde se encontrava com os seus familiares. A Cultura, o imperador formado na tradição helenística revelou-se amante das artes e das letras, protegendo os artistas e outros agentes culturais para além do patrocínio as numerosas obras públicas e neste contexto não podemos esquecer as bibliotecas, escolas, teatros, etc Restabeleceu a religião tradicional, ligando-a ao culto imperial, cabendo-lhe a partir de então a capacidade de interpretar a vontade dos deuses.


2.Espaço
Roma – Segundo uma antiga lenda romana, a origem de Roma relaciona-se com o herói mítico da Guerra de Tróia - Eneias. Fugido de Tróia após a destruição que os aqueus aí provocaram. Eneias terá aportado a região de Roma e terá casado com a filha do rei do Lácio. Um dos seus filhos Albalonga, terá tido dois filhos Rómulo fundadores de Roma e Remo que segundo a tradição terão sido alimentados por uma loba (pag.111-fig.7.). A sua fundação data do séc.VIII a.C., quando os Latinos do Monte Palatino se uniram aos Sabinos do Monte Quirinal. Desde então até ao séc.IV aC., o crescimento da cidade acompanhou o crescimento político e económico do seu povo e a prodigiosa construção do colosso que foi o seu império, do qual Roma se tornou o seu centro, pela posição central ocupou uma posição de domínio sobre o Mediterrâneo ( Mare Nostrum). Como capital do império os seus governantes preocuparam-se com a qualidade de vida da cidade e do seu espaço físico, rasgando vias e praças, aquedutos para o abastecimento público, estabelecendo regras construtivas para os edifícios civis e públicos e embelezando-as com monumentos e peças estatuárias que lhe dessem a importância e o fausto necessários ao poder e ao domínio que a cidade exercia. Características gerais de Roma na Antiguidade Clássica:
- Vasto império, um dos maiores de todos os tempos pelo menos até ao século IV d.c.
- Poder autocrático, centralizado e divino dos imperadores.
- Meticulosa e disciplinada organização das legiões que conquistaram o mundo.
- O ecletismo da sua cultura, de matriz helenística, associada a una síntese original de influências múltiplas.
- O mundanismo das suas elites sociais, em contraste com o esclavagismo e as duras condições de vida da plebe.
- Superioridade da sua civilização material – capacidade construtiva. (aquedutos, pontes ,arcos, templos, etc).


4.O Local
4. Senado : Constituiu a mais velha instituição do Estado Romano, tendo existido desde a monarquia até fins do Império. Durante a República foi o órgão fulcral da vida política romana. Os senadores, eram representados pelas mais ilustres famílias romanas, começaram por ser em n úmero de 300, mas Sila duplicou este número e Júlio César duplicou este número e Júlio César triplicou-o. Inicialmente com funções consultivas , o Senado foi ganhando para si um espaço cada vez mais amplo na política romana, passando a dominar em todos os assuntos da vida pública com carácter deliberativo e normativo. Cabia-lhe, como funções ordinária , a política externa, as decisões de guerra e paz, a gestão das festas religiosas, a administração das finanças e a tomada de medidas relativas à ordem pública. Como funções extraordinárias, podia ainda declarar o estado de sítio, suspender os tribunais, intervir no governo das províncias e na gestão do exército, preparar as leis que os comícios deviam voar, entre outras.

5.Acontecimento
5. Acontecimento : O Incêndio de Roma ( 4 d.c.) – Ocorreu no tempo do imperador Nero, mais exactamente no mês de Julho do ano de 64, cuja violência e grandeza, acabou por devastar parte de Roma durante sete dias. Tendo desaparecido cerca de dez dos catorze bairros , a arquitectura no administrativos, incluindo o palácio e a residência imperial, o Atrium dasVestais, a Bsílica Régia, o santuário de Júpiter Satator, os templos da Lua e de Hércules, com todas as obras de arte, tesouros e documentos que estes monumentos oficiais continham. As perdas humanas foram também numerosas, particularmente nos bairros mais pobres, onde as casas de madeira se amontoavam ao longo de ruas estreitas e tortuosas nas quais era difícil organizar o combate às chamas. Nero quer se encontrava a cerca de 50 Km de Roma numa estância de Verão, regressou e mostrou-se solícito a ajudar o povo de romano, mandando abrir os seus jardins para acomodar as famílias sem abrigo que deviam ser alimentadas e abrigadas em barracões. Contudo, algumas testemunhas refiram que na confusão das chamas alguns escravos imperiais ateavam o fogo, enquanto que o Imperador, no alto da Torre de Mecenas, assistia ao incêndio tocando lira e declamava odes ao belo espectáculo. A indignação popular, manifestava-se contra Nero que por sua vez atribuía tal feito aos cristãos , iniciando-se dessa forma o ciclo de perseguições e martírio aos cristãos, entre os quais os apóstolos de São Pedro e São Paulo. Apesar da verdade dos acontecimentos jamais ter sido apurada, os historiadores Plínio e Suetónio, referem-no como culpado.

6.O Ócio
O ócio – O século de Augusto trouxe paz e prosperidade económica proporcionada pelas conquistas e pelo bom governo, possibilitando aos romanos o usufruto do ócio. Dos povos que influenciaram os romanos, destacam-se os Gregos que de quem copiaram a língua grega, falada e escrita, passou a ser praticada entre as elites cultas como uma segunda língua - mãe: os hábitos de luxo instalaram-se nos lares, o interesse pela filosofia, pela música e pelas artes dominaram os meios intelectuais. Entre os ricos, o luxo invadiu as residências, os banquetes e os salões privados eram frequentes e a ida às termas um hábito indispensável e cada vez praticado como ritual social. Como divertimentos públicos popularizaram –se os jogos: o Grande Circo eram corridas de cavalos, para seleccionar o melhor animal, cujo vencedor era sacrificado solenemente para purificação do solo. As Grandes Procissões que se tratavam de representações teatrais, na via pública, tratando-se de uma espécie de mascarada que tinha como objectivo a prestação do culto aos deuses que para tal eram retirados dos seus templos. Os combates entre Gladiadores, que tinham como cenário os anfiteatros, nos quais os combatentes entre condenados à morte, prisioneiros ou escravos revoltados, cujo sacrifício humano era oferecido aos deuses. Os combates entre feras, referenciados para II aC. , entre animais e entre animais e homens desde o tempo do Imperador Nero, que se tornaram uma prática corrente. A violência e o carácter sanguinário destes jogos, funcionavam como uma forma de canalizar o descontentamento da plebe urbana, apesar da crítica das classes mais cultas as mais ricas preferiam o conforto das suas villas campestres onde o gosto pela arte, pela leitura, filosofia e literatura ocupava os seus tempos de lazer.

Objectivos para o 2º teste de História a 10º Ano

COMPETÊNCIAS/APRENDIZAGENS RELEVANTES

O modelo Romano - Programa História A 10º Ano

1. Localizar o espaço imperial romano. pp. 72-73


2. Reconhecer o carácter urbano da civilização romana. pp. 74-75

3. Descrever, de forma abreviada, as instituições políticas da república romana. p. 75

4. Explicar a importância assumida pelo imperador como elemento de coesão política. pp. 75-80

5. Salientar a riqueza e a utilidade do Direito Romano. pp. 81-83

6.
a) Distinguir as etapas da extensão da cidadania aos diversos povos do Império e
b) Resumir os principais factores de coesão do Império Romano. pp. 84-85

7. Caracterizar genericamente a cultura romana. pp. 86-87

8. Descrever os elementos urbanísticos da cidade romana. pp. 87-94

9. Identificar os modelos arquitectónicos e escultóricos da civilização romana. pp. 95-102

10. Evidenciar a intenção apologética da épica e da historiografia romanas. pp. 103-106

11. Descrever sucintamente o sistema de ensino romano. pp. 106-108

12. Identificar a romanização com a aculturação dos povos dominados. pp. 109-111

13. Enumerar os veículos da romanização – os factores que mais contribuíram para ela. pp. 111-121

14. Distinguir as cidades existentes na Península Ibérica. pp. 112-114

15. Sumariar o contributo da Roma Antiga para a cultura europeia actual. 
Explicitar o significado de:
Império p. 73 / Urbe p. 74 / Direito p. 81 / Urbanismo p. 90 / Romanização p. 109

O Modelo Romano

1-
A- Situação Geográfica:

- Roma fica situada na Península Itálica;
- Itália fica situada entre o Mar Tirreno e o Mar Adriático;

B- Expansão Romana:
- No séc. III a.C. Roma dominava toda a Península Itálica;
- Dominava ainda o Norte de África e parte da Península Ibérica;
- No séc. II a.C. conquistou: Grécia, Macedónia, Ásia Menor, Síria e a Judeia;
- No séc. I a.C. detinha o Egipto e a Gália;
- No séc. I e II: Britânia e a Dácia.

2-Formação do Império – evolução política de Roma

Nos séculos VII e VI a.C., os Romanos foram governados por Etruscos, entendido por muitos como os fundadores de Roma e nesse período o sistema político era a Monarquia (753 a.C. a 509 a.C.), onde os seus habitantes souberam fazer a sua
cidade crescer em poder e em riqueza;

Durante a República (509 a.C. a 27 a.C.), graças ao desempenho dos Romanos em
várias guerras e campanhas de conquista, Roma formou um vasto império1 e um
dos maiores da História.

________________________

1 Império: Conjunto de diversos territórios, com diferentes nações e culturas, geralmente adquiridos por conquista, que estão sujeitos à autoridade do Estado, o qual exerce o domínio político e a exploração
económica.
________________________
Razões da Expansão:
-Necessidade de segurança (defesa contra ataques de povos vizinhos);
-Interesse económico (acesso a novos mercados/procura de terras e
matérias primas);
- Ambição política (busca de honra/glória por parte dos chefes);

Factores de Integração dos povos dominados:

- Língua (para que houvesse um melhor entendimento entre os habitantes
do Império)
- Administração Local (as cidades mais importantes passaram à categoria
de municípios, para reforçar a unidade do império, o imperador Caracala,
em 212 d.C. concedeu o direito de cidadania a todos os habitantes livres do
império)
- Exército (O domínio dos povos conquistados só foi possível através da
acção de um exército que ao permanecer nas regiões, assegurava a
manutenção da paz e da ordem);
- Direito (conjunto de leis pelas quais os Romanos orientavam as suas vidas.
Estas eram aplicadas a todo o império);
- Rede de Estradas (estas construções permitiam uma rápida circulação dos
produtos, dos soldados e cobradores de impostos).
- Extensão da Pax Romana2 a todos os territórios;
- Concessão progressiva da cidadania a todos os habitantes do império.

• Em suma, Roma detinha uma imensa metrópole universal, centro político,
administrativo, económico e social de todo o império.

A institucionalização do poder imperial, iniciado no séc. 27 a.C. por Octávio
César Augusto e constituiu um processo lento no qual é possível ter uma ideia: o poder fica nas mãos de um chefe que o exerce de modo pessoal.

• César Augusto conseguiu uma autoridade pessoal, absoluta e de carácter
quase divino.
_________________________________
2 Pax Romana: Clima de estabilidade
3. Economia do Império:Urbana, porque era nas cidades que se realizavam as trocas comerciais ;Comercial, porque a principal actividade do Império era o comércio;Monetária, porque o intenso volume de trocas comerciais exigia uma grande circulação de moeda
_________________________________

Outras actividades económicas:
• Indústria Artesanal;
• Produtos de Luxo;
• Extracção Mineira;
• Agricultura – Cultivo de cereais, azeita, vinha, e criação de gado;

Instituições políticas da República

Desde 509 a.C., data da sua independência em relação aos etruscos, Roma construiu um regime político em que o governo deixou de ser de um só (o rei) para se tornar a «coisa do povo» ou «res publica». Por isso o Estado romano adoptou o nome de REPÚBLICA. O poder político passou a ser exercido pelos aristocratas romanos (patrícios), através de vários órgãos de poder.
SENADO –Órgão político (Assembleia) formada por representantes das mais ilustres famílias romanas (poder legislativo e executivo)
MAGISTRATURAS – Governantes da República, eleitos nos comícios e por um período anual. O exercício dos cargos de magistrados, constituíam uma carreira pública (Cursus Honorum)
COMÍCIOS – Assembleias do povo romano, baseadas no nascimento, no local de residência ou na riqueza
Durante os primeiros séculos de conquista, as velhas instituições da República, (Senado, Magistrados e Comícios) concebidas para governar um pequeno território, continuavam inalteradas e a administrar o novo Império
Ora, a grande extensão do Império exigia um poder forte e eficiente para garantir a ordem e a segurança em todo o Império.
As questões sociais, desde muito cedo caracterizam e condicionam a história de Roma

OS PATRÍCIOS
Para os Romanos, os antepassados de um homem eram extremamente importantes. Quanto mais ilustres fossem os seus ancestrais, mais importância social adquiria; e isto traduzia-se em maiores possibilidades de desempenhar cargos públicos e em exercer determinada influência na respectiva comunidade.
No topo da pirâmide social estavam os patrícios.
O termo deriva de “Patres”, ou seja, “Pais”, o que remete a sua origem para a fundação de Roma. Os patrícios eram os descendentes dos primeiros romanos, aqueles que, segundo a lenda, vieram de Tróia (Ílio) com o mítico Eneias.
Durante o período etrusco, os patrícios eram já ricos aristocratas, com assento no Senado (que era então o Conselho Real)
Os plebeus, por seu turno, eram os descendentes dos estrangeiros (italianos) que então se juntaram ao nascente estado romano.

Os primeiros séculos da República ficaram marcados pelas lutas entre patrícios e plebeus. Os primeiros foram cedendo terreno face a estes últimos, perdendo pouco a pouco a exclusividade das magistraturas (por exemplo, do consulado e da pretura), e o domínio do aparelho judicial.
AS LUTAS/GUERRAS CIVIS
Em 509 a.C. - Após a expulsão dos Etruscos a Republica Romana assemelha-se ao governo aristocrático grego: os cidadãos dividem-se em aristocratas e populares ou patrícios e plebeus.
Na organização inicial da República os plebeus estavam excluídos dos cargos públicos.
Com o início das conquistas, os patrícios usaram a sua posição de supremacia para enriquecerem ainda mais:
-À custa da apropriação dos bens dos inimigos derrotados
- À custa da apropriação das terras dos plebeus que iam para o serviço

Perante os abusos dos patrícios, surgem as reivindicações da plebe e os conflitos sociais (revoltas) multiplicavam-se.


- 62 – 61 a. C. - lutas sociais e confrontos entre legiões e generais rivais dão-se um pouco por todo o Império
- 60 a. C. – Formação do Primeiro Triunvirato ou “O Governo dos 3 Homens”: Júlio César, Pompeu e Crasso
- 49 a. C. – Após a morte de Crasso, as legiões de Júlio César e de Pompeu enfrentamse abertamente pelo domínio do Estado Romano.
- 46 a.C. – Após matar Pompeu no campo de batalha, César torna-se senhor de Roma e faz-se eleger “Ditador” e, no ano seguinte, “Ditador Vitalício”. Era o quase regresso à monarquia.
- 32 – 30 a. C. – Tal como no 1º, o 2º Triunvirato rapidamente entra em rivalidades. Morto Lépido, Marco António é derrotado e também morto.
- 29 a. C. – Vitorioso e determinado, Octávio regressa a Roma como um verdadeiro herói.
• César gozava de poderes que jamais alguém tinha tido em Roma. Com ele, a República estava prestes a chegar ao fim porque os princípios da rotatividade, colegialidade, hierarquia das magistraturas e vigilância dos vários órgãos de poder, acabam.
As razões da crise da República Romana e o caminhar para o Regime Imperial devem ser procuradas…
• Nos órgãos de poder concebidos para um pequeno território e não para um vasto Império
• Nas diferenças sociais entre patrícios e plebeus agravadas pelas conquistas
• Nas constantes revoltas de plebeus e escravos
• Nos Generais rivais e ambiciosos que anseiam pelo poder político
É cada vez maior o desejo de encontrar um chefe que restaure a ordem e a estabilidade
Esse chefe surge na figura de Octávio, o primeiro imperador romano em 27 a.

Todos confiam o poder num só Homem:
29 a. C. – Octávio obtém o “Imperium Proconsular” (poder militar) ou Imperador
28 a. C. – faz-se eleger Tribuno, Cônsul e “Princeps Senatus” – ou o primeiro de todos os Senadores ( com poder de veto sobre as leis do Senado)
27 a. C. – Obtém do Senado o título de “Augustus”, filho dos deuses, ele próprio ser divino
23 a. C. – Recebe vitaliciamente o “Poder Tribunício”
12 a. C. – Torna-se “Pontifex Maximus”, supremo sacerdote e chefe da religião romana
2 a. C. – Octávio é declarado “Pai da Pátria”

Octávio César Augusto, 1º Imperador de Roma inaugura um novo regime: “O Principado”
- Respeita as instituições da Republica (Senado, Comícios e magistraturas) mas retira-lhes os poderes
- Institui o Principado para não ferir os sentimentos republicanos
- Cria uma administração imperial sob o seu poder
- Funda um regime, ao mesmo tempo republicano e monárquico

O PODER IMPERIAL: O controlo dos órgãos da República
• O Imperador chefia todos os órgãos da administração central (Senado, Comícios e Magistraturas)
• O Senado: Apesar de manter algum poder legislativo e a administração de Roma, da Itália e das província pacificadas, viu o imperador reduzir o seu número (600) e os seus poderes (deixa de controlar o exército e a política externa).
• Os Comícios só passam a reunir para a nomeação dos Imperadores, que aí recebia o “Poder Tribunício”
• As Magistraturas (as tradicionais e as novas) não são mais do que meros cargos públicos em total obediência ao Imperador.
• O Conselho Imperial: Era o órgão consultivo e deliberativo composto por senadores e magistrados escolhidos pelo imperador e que o ajudavam na administração do Império e na preparação das leis.
• O Corpo de funcionários Imperiais: Prefeitos, Legados, Procuradores, Curadores e Secretários que levavam o poder imperial às cidades e às províncias do Império.
• A Guarda Pretoriana: Corpo militar privativo do Imperador, comandado pelo Prefeito do Pretório cuja finalidade era garantir a segurança pessoal do Imperador e a manutenção da ordem pública.

O PODER IMPERIAL: O Culto ao Imperador
O Imperador de Roma recebe o título de AUGUSTO, um título divino até aí reservado aos deuses.


O Imperador passa a ser divinizado.
Esta divinização de origem oriental é feita por Octávio de forma prudente para não chocar os romanos:
- nas províncias adora-se o Imperador.Em Roma apenas se veneram as “virtudes imperiais”, ou seja, os benefícios da existência do governo imperial: “VITÓRIA AUGUSTA”, “JUSTIÇA AUGUSTA”,” PAZ AUGUSTA”, “LIBERDADE
Ao morrer em 14 d.C., o Senado confere a Octávio o título de DIVUS (Deus), com um corpo de sacerdotes para assegurarem o culto ao Imperador, que se espalha por todo o Império.
• Os imperadores que se seguiram foram também agraciados com o título de Augusto.
• O Culto Imperial passa a ser associado ao culto à cidade de Roma, vista como força superior, predestinada a governar o mundo e que trás a paz, a prosperidade e a justiça aos povos.
A personificação da cidade de Roma aparece ligada a uma figura feminina armada, que acaba por ser objecto de culto, transformada em “DEUSA ROMA” – Thea Roma ou Roma Aeterna.
• Para o seu culto construíram-se Templos em todo o Império.
• Este culto simultâneo ao Imperador e a Roma , tornou-se mais um elemento de união política e ideológica que enaltece os benefícios da dominação romana: uma espécie de devoção cívica que passa por cima das diferenças populacionais e é capaz de unir os diferentes povos do Império .


A Codificação do Direito
- Senado – órgão político de grande prestígio, era constituído por antigos magistrados
e tinha como funções emitir pareceres sobre as leis (função consultiva), nomear governadores de província e aconselhar os magistrados.

- Assembleias ou comícios – eram compostas por cidadãos que elegiam os magistrados
e aprovavam as leis propostas por estes

Durante o Império Romano, o Estado usou como principal instrumento a Lei Romana um conjunto de normas de Direito3, aplicadas em todo o mundo romano, levando ao progresso da justiça e dos tribunais. Estas normas eram trabalhadas e sistematizadas por jurisconsultos que contemplavam o direito público (conjunto de leis que regulavam o funcionamento do Estado) e o direito privado (tratava de questões particulares).

- A superioridade das leis romanas consistia na racionalidade, no pragmatismo e
na diversidade de situações.

-A aplicação da justiça e a chefia dos tribunais eram entregues aos magistrados
pretores (Roma) e aos propetores (Província).

- Se algum cidadão quisesse impor um recurso, tinha de recorrer à justiça romana que só podia ser resolvida nos tribunais e tinham de ser presididos pelo Senado ou pelo Imperador. Podemos então concluir que cabia ao Imperador o poder judicial.

- A Cidade de Roma e o restante território da Península Itálica que era
administrada pelo Senado e Funcionários do Imperador;
- As províncias senatoriais eram administradas por procônsules, nomeados pelo senado;
- As províncias imperiais governadas pelos legados dos Imperadores;
-As cidades eram os centros administrativos de base.
- As cidades que eram povoadas por não-cidadãos podiam ser estipendiárias, (pagavam mais imposto e estavam sujeitas à administração romana) livres ou federadas (tinham uma certa independência administrativa).
- As cidades povoadas por cidadãos eram as colónias (os seus habitantes usufruíam de plena cidadania) e os municípios (habitados por povos indígenas que beneficiavam de autonomia administrativa e de uma organização idêntica à de Roma). Podiam ser de Direito Latino e de Direito Romano.


______________________________________
3 Direito: Conjunto de leis e de normas jurídicas que ajudavam a governar um estado.
______________________________________

O Progresso do Direito de Cidade4

- Durante o séc. I a.C. só os cidadãos de Roma eram livres.
- No séc. I e II, eram atribuídos os direitos como prémio, a estrangeiros que se
distinguissem por actos heróicos ou por serviços prestados ao Império.
- No mesmo período, era também concedido o direito aos habitantes livres de algumas cidades indígenas pacificadas, transformando-se assim, em municípios.
- No início do séc. III, em 212, o Imperador Caracala promulgou um édito, que
estendia a cidadania a todos os habitantes livres do império, obtendo vantagens
políticas, fiscais, militares e culturais.

- A progressiva extensão da cidadania formou a harmonização da população, estabelecendo o regime imperial e a acalmar os conflitos, rivalidades e revoltas
sociais, que eram consequência das alterações económicas provocadas pelas
conquistas e alargamento do império.
Foi a partir de Augusto, que a sociedade romana conheceu a reforma social que tinha como princípios:
- Conceder igualdade em direitos e deveres a todos os cidadãos, patrícios ou plebeus;
-Facultar a todos os cidadãos livres com posses, o acesso ao senado e às
magistraturas;
- Obrigar todos os cidadãos Romanos ao recenseamento civil e fiscal para
possibilitar a eleição para os cargos públicos e políticos,

Augusto estabeleceu assim uma nova hierarquia social - a da riqueza ou fortuna pessoal (Classes Censitárias).

__________________________________________
4 Direito de Cidade: Privilégio que atribui uma plena cidadania aos habitantes de uma cidade, isto é, os mesmos direitos e deveres dos cidadãos de Roma.
__________________________________________

A Sociedade Imperial.Como se dividia a sociedade romana no séc. I e II?

• Ordem senatorial – os membros desta ordem situavam-se no topo da hierarquia social, a qual era constituída por cidadãos ricos, possuidores de grandes propriedades rurais (latifúndios) e que desempenhavam vários cargos públicos. Para se pertencer a esta ordem, era necessário possuir uma fortuna pessoal superior a um milhão de sestércios.

• Ordem equestre – era constituída por cavaleiros que se dedicavam ao comércio e à administração do império. Para se pertencer a esta ordem, era necessário possuir uma fortuna de meio milhão de sestércios.

- Plebeus Homens do povo; Não eram nobres;
- Cavaleiros Publicanos (Plebeus enriquecidos);
- Patrícios Grupo social mais importante;
- Clientes: Plebeus na dependência de uma família rica e poderosa;

Cultura Urbana Pragmática

• Na cultura romana salienta-se o facto de o seu povo ter carácter pragmático5 e
utilitário do pensamento e da cultura.

• A cultura romana impôs-se através:
- Da sua inteligência prática (resolvia problemas concretos da vida);
- Do espírito político (sentido gregário e tendência para a ordem,
disciplina e poder);
- Do sentido histórico;
-Da vontade para a monumentalidade e riqueza, bem patente no
urbanismo e na arquitectura;
- Dos hábitos de luxo.

• Os Romanos mais cultos, consideravam sempre a cultura grega como um
modelo de cultura superior.

O Urbanismo6 e a fixação de modelos arquitectónicos

• A cidade romana desenvolvia-se em torno de uma praça pública, o fórum7. À sua
volta construíam edifícios públicos como a cúria, os templos e as basílicas.

• Nos arredores os principais edifícios eram os teatros, anfiteatros, bibliotecas,
termas e arcos do triunfo.

As principais preocupações urbanísticas dos Romanos eram:
- A construção das principais vias de comunicação (o cardo e o
decumano);
- A criação de sistemas de esgotos e abastecimento de água
(aquedutos);
-Construções domésticas e públicas;

• As cidades organizavam-se de forma idêntica em todo o império, o que contribuiu
para a uniformização progressiva dos hábitos de vida no mundo romano.

- Existiam três tipos de habitações:

• As domus, localizadas nos centros urbanos, eram habitadas pelos grandes
senhores da sociedade romana. Estas casas eram espaçosas e bastante luxuosas.
Algumas tinham banhos privativos, jardins interiores e estavam decoradas com
pinturas murais e mosaicos.

• As vilas ou casas de campo pertenciam a grandes proprietários rurais. Eram
sinónimo de riqueza e bom gosto.

• As ínsulas eram prédios habitacionais com vários andares, situados nos centros
urbanos. Os espaços eram em grande parte comuns e habitados por mais que uma
família. Construídas em madeira, estas casas não revelavam grandes condições e
ardiam com facilidade. Nelas habitavam as camadas mais pobres.
________________________________

5 Pragmático: Filosofia ou corrente de pensamento que valoriza o senso comum, ou juízo prático e objectivo, como orientação da vida.
6 Urbanismo: Estudo sistematizado da cidade que inclui o conjunto de medidas técnicas,
administrativas, económicas e sociais necessárias à sua planificação e desenvolvimento.
7 Fórum: Principal praça pública das cidades romanas, espaço de encontro dos cidadãos, rodeada pelos
mais importantes templos e edifícios púbicos

_______________________________

A arquitectura e escultura romana

• Na arquitectura a maior diferença entre a arte grega e a arte romana é a aplicação
da abóbada e do arco de volta inteira.

• Enquanto os gregos se preocupavam com a harmonia e a proporção,
os Romanos privilegiam a grandiosidade e a robustez das construções
arquitectónicas.

• A arte decorativa era constituída pelas colunas e a comemorativa era constituída
pelos arcos. Estes últimos eram construídos para comemorar os grandes feitos
dos imperadores.

• Ordens Arquitectónica :Ordem Dórica, Ordem Jónica, Ordem Coríntia e Ordem compósita


Na escultura

• o carácter narrativo das cenas tratadas nos relevos escultórios
demonstra um grande sentido apologístico, didáctico e documental.

• Procuravam honrar e louvar os seus deuses, heróis e chefes, divulgando a sua
imagem e os seus actos.

• O seu realismo técnico e formal originou autênticos retratos, que sugerem
aspectos psicológicos e de carácter das personalidades.


A apologia do império na poesia épica e na historiografia

• Os sentidos didácticos, apologéticos e históricos que testemunhámos na arte,
estiveram também presentes na poesia e na historiografia.
• Na poesia, um dos géneros literários mais praticados pelos Romanos, a
influência grega é bem evidente com o poeta Virgílio, autor de Eneida, poema
épico onde o autor exalta as origens e os feitos Romanos.
• A historiografia também desempenhou um papel importante na glorificação
e na legitimação das conquistas e na própria ideia do Império Romano como
Império Universal.
• Para os Romanos, a História Romana de Tito Lívio, é a que melhor exalta Roma
e o seu Império.


A formação de uma rede escolar urbana e uniformizada

• No que diz respeito à educação da juventude, Roma seguiu o modelo grego,
que procurava a educação o mais completa possível (física e intelectualmente)

• Por volta dos 7 anos os jovens começavam a frequentar escolas públicas que
funcionavam junto ao fórum, e tinham três tipos de mestres:

- O litterator, que ensinava a ler e a escrever. As suas aulas eram
frequentadas por quase todas as crianças de ambos os sexos;
- O grammaticus, que aprofundava o estudo da língua, da literatura e
da geometria. As suas aulas eram frequentadas maioritariamente por
rapazes, pois poucas raparigas continuavam os estudos.
- O rhetor, que completava a sua formação intelectual, visando a
expressividade que todo o cidadão devia possuir.

• A par do ensino intelectual, a educação romana privilegiava os exercícios
físicos e desportivos, com vista à preparação militar.


A Religião romana

Na religião, os Romanos deixaram-se influenciar pelos gregos e por outros povos conquistados, adoptando os seus deuses, mas atribuindo-lhes outros nomes. Os Romanos eram, por esta razão, politeístas. No Império Romano eram praticados vários tipos de cultos:


- O Culto familiar - dirigido pelo pai que depositava junto do altar ofertas,como, por exemplo, alimentos aos deuses em troca de favores ou protecção. No lar eram honrados, entre outros, os espíritos protectores da casa, da família e os deuses dos antepassados.
-O Culto público - prestado nos templos, era dirigido aos deuses que protegiam a cidade. Estas cerimónias religiosas eram organizadas pelos sacerdotes, que tinham a capacidade de interpretar a vontade dos deuses e pelas sacerdotisas que tinham o dever de manter a chama sagrada permanentemente acesa.
- O Culto imperial – o culto do Imperador surgiu no período do Império e integrou os restantes cultos. O Imperador era o Pontifex Maximus, isto é, o sacerdote supremo.



A Romanização8: Na Península Ibérica

O processo de conquista da Península Ibérica levado a cabo pelos romanos foi
longo e difícil, tendo ocorrido entre os séc. III e I a.C.

• Tal como a conquista, também o processo de aculturação9 foi lento.

Em Portugal
- Em Évora, o Templo de Diana é o melhor exemplo da arquitectura religiosa
romana em Portugal.
- Em Chaves, cidade famosa pelas suas termas, o Imperador Trajano mandou
construir uma ponte, que 2000 anos depois resiste ao tempo e ao trânsito.

• As Ruínas de Conímbriga permitem-nos concluir que o local, era nessa época,
um importante centro de pesca e indústria de conservas de peixe.

Muitas cidades portuguesas conservam testemunhos da Civilização Romana e
as suas características: no urbanismo, edifícios arquitectónicos, e estradas, em
sistemas de saneamento e abastecimento de água.

- Assim, a romanização implicou uma profunda transformação dos modos de
vida – material e cultural – dos povos da região correspondente ao actual
território português:

- Alteração do regime da propriedade fundiária (passou a ser individual,
deixando de ser comunitária)
- Introdução de novas culturas, como a oliveira e a vinha;
- Introdução da economia comercial e monetária;
- Desenvolvimento de actividades ligadas à exploração mineira, à pesca
e à indústria conserveira;
- Introdução de um novo estilo de vida, copiado dos Romanos, mais
pacífico e civilizado, testemunhado pela existência de teatros,
anfiteatros, termas, estádios, balneários públicos e fóruns.
- Difusão da língua latina, falada e escrita.
___________________________________
8 Romanização: Processo de apropriação da cultura romana pelos povos que estavam integrados no Império Romano que os levou a adoptar a língua, os costumes, o modo de vida, a religião, o direito e a
arte dos romanos.
9 Aculturação: Acto de assimilação de uma cultura por outra diferente; Resulta do contacto entre
indivíduos de culturas diferentes
_____________________________________

FIM