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quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

HCA- Módulo 3 - A Cultura do Mosteiro



 O TEMPO E O ESPAÇO DA CULTURA DO MOSTEIRO

                Entre os séculos V e IX a Europa conheceu duas vagas de invasões. A primeira aconteceu nos séculos V-VI, por parte dos povos Germanos, entre os quais os Visigodos, os Suevos, os Ostrogodos, os Anglo-Saxões, os Francos e os Vândalos. Estas invasões levaram à queda de Roma, em 476, e, com isso, provocaram o fim do Império Romano do Ocidente, o fim da Idade Antiga e o início da Idade Média.  Em consequência destes factos, verificou-se a fundação dos Reinos «Bárbaros», nomeadamente, do Visigodo (na Península Ibérica), do Franco (na atual França), do Anglo-Saxão (na atual Grã-Bretanha) e do Ostrogodo (na atual Itália). A partir de então, formou-se um novo mapa político na Europa e, por outro lado, a Igreja Católica dedicou-se a pacificar e a cristianizar os «Bárbaros», o que fez com que o poder e a influência da Igreja Católica crescessem.
             A segunda vaga de invasões ocorreu nos séculos VIII-X, por parte dos Árabes, ou Muçulmanos, dos Normandos, ou «Vikings», e dos Magiares, ou Húngaros. Estas novas invasões produziram um clima de insegurança, que levou, por um lado, à ruralização, isto é, a fuga da cidade para o campo, e, por outro, à regressão económica, ou seja, a uma agricultura de subsistência e ao enfraquecimento do comércio. Estes fatores conduziram ao reforço do poder dos senhores nobres (guerreiros e proprietários de terras), os únicos a poderem defender as populações. Foi esta situação que esteve na origem do FEUDALISMO, o sistema vigente na Europa dos séculos IX-XII, caracterizado por um poder político fragmentado (o rei era apenas um senhor entre senhores), por uma sociedade assente em relações de dependência de homem para homem e por uma economia de base agrícola.

              O Românico (estilo artístico dos séculos X – XII) desenvolveu-se no contexto de uma Europa Ocidental dominada pelo Monaquismo e pelo poder da Igreja (simbolizado pelo Mosteiro), que desempenhou um papel unificador da ideologia e da cultura;     

-pelo Feudalismo e pelo poder da Nobreza (simbolizado pelo Castelo). O Românico desenvolveu-se, ainda, no contexto de dois fenómenos importantes:
- por um lado, as Peregrinações a Jerusalém, a Roma e, especialmente, a Santiago de Compostela, em cujos “caminhos” se produziu a arte românica;
- por outro lado, as Cruzadas (1096-1270), que resultaram no conhecimento de antigos textos gregos preservados em árabe, da decoração oriental (bizantina), de novas formas artísticas e de padrões de vida mais desenvolvidos, para além de terem reaberto as vias comerciais do Mediterrâneo, com a consequente recuperação do comércio internacional, da vida urbana e da força militar antigas.

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