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domingo, 13 de janeiro de 2013

HCA-A cultura do Mosteiro - sinteses 1 e 2



1. OS GUARDIÃES DO SABER

O ensino nas escolas monásticas mandadas criar por Carlos Magno, recorria aos autores clássicos – Platão, Aristóteles, Virgílio, Horácio, Cícero –, cujas obras foram interpretadas à luz do pensamento cristão, como o de Santo Agostinho.

A partir dos séculos IX – X, os monges – praticamente os únicos letrados (os que sabiam ler e escrever) – transformaram-se, então, nos guardiães do saber, os intermediários entre o pensamento antigo dos Gregos e dos Romanos e o pensamento cristão, mantendo viva uma tradição que chegou ao Renascimento (sécs. XV – XVI). À tradição clássica associou-se, também, a influência islâmica, presente na cultura mediterrânica desde o século VII.

2. O PODER DA ESCRITA
O papel de guardiães do saber escrito coube igualmente aos monges pelo trabalho exercido nos scriptoria (oficinas de escrita) dos mosteiros: aí, escribas, copistas e iluminadores, produziam documentos, efectuavam registos e copiavam, à mão, os livros religiosos e os grandes clássicos, muitas vezes ricamente ilustrados com iluminuras ou miniaturas.

As iluminuras, ou miniaturas, eram representações pictóricas que ilustravam os códices manuscritos da Idade Média, de modo a tornar o texto "legível" para os crentes.

Os miniaturistas (do latim «minium», em referência ao pigmento vermelho utilizado com frequência para realçar as letras iniciais dos manuscritos) ou iluminadores (do latim «iluminare», dar luz ou adornar) eram, inicialmente, monges que trabalhavam nos scriptoria dos mosteiros e, a partir do século XIII, artistas laicos integrados nas oficinas dos mosteiros.

Quer uns, quer outros, transcreviam sobre pergaminho (pele de cabra, de ovelha ou de vitela, macerada em cal e depois raspada e polida) os diversos tipos de textos litúrgicos (religiosos, católicos):

 a Bíblia, os evangeliários, sacramentários e missais, que eram livros com todas as orações destinadas as serem rezadas na missa;

 os saltérios, que eram compilações dos salmos;

 os livros de horas, nos quais se recolhiam as orações apropriadas a cada hora do dia.

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