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quarta-feira, 9 de novembro de 2011

O Modelo Romano

1-
A- Situação Geográfica:

- Roma fica situada na Península Itálica;
- Itália fica situada entre o Mar Tirreno e o Mar Adriático;

B- Expansão Romana:
- No séc. III a.C. Roma dominava toda a Península Itálica;
- Dominava ainda o Norte de África e parte da Península Ibérica;
- No séc. II a.C. conquistou: Grécia, Macedónia, Ásia Menor, Síria e a Judeia;
- No séc. I a.C. detinha o Egipto e a Gália;
- No séc. I e II: Britânia e a Dácia.

2-Formação do Império – evolução política de Roma

Nos séculos VII e VI a.C., os Romanos foram governados por Etruscos, entendido por muitos como os fundadores de Roma e nesse período o sistema político era a Monarquia (753 a.C. a 509 a.C.), onde os seus habitantes souberam fazer a sua
cidade crescer em poder e em riqueza;

Durante a República (509 a.C. a 27 a.C.), graças ao desempenho dos Romanos em
várias guerras e campanhas de conquista, Roma formou um vasto império1 e um
dos maiores da História.

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1 Império: Conjunto de diversos territórios, com diferentes nações e culturas, geralmente adquiridos por conquista, que estão sujeitos à autoridade do Estado, o qual exerce o domínio político e a exploração
económica.
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Razões da Expansão:
-Necessidade de segurança (defesa contra ataques de povos vizinhos);
-Interesse económico (acesso a novos mercados/procura de terras e
matérias primas);
- Ambição política (busca de honra/glória por parte dos chefes);

Factores de Integração dos povos dominados:

- Língua (para que houvesse um melhor entendimento entre os habitantes
do Império)
- Administração Local (as cidades mais importantes passaram à categoria
de municípios, para reforçar a unidade do império, o imperador Caracala,
em 212 d.C. concedeu o direito de cidadania a todos os habitantes livres do
império)
- Exército (O domínio dos povos conquistados só foi possível através da
acção de um exército que ao permanecer nas regiões, assegurava a
manutenção da paz e da ordem);
- Direito (conjunto de leis pelas quais os Romanos orientavam as suas vidas.
Estas eram aplicadas a todo o império);
- Rede de Estradas (estas construções permitiam uma rápida circulação dos
produtos, dos soldados e cobradores de impostos).
- Extensão da Pax Romana2 a todos os territórios;
- Concessão progressiva da cidadania a todos os habitantes do império.

• Em suma, Roma detinha uma imensa metrópole universal, centro político,
administrativo, económico e social de todo o império.

A institucionalização do poder imperial, iniciado no séc. 27 a.C. por Octávio
César Augusto e constituiu um processo lento no qual é possível ter uma ideia: o poder fica nas mãos de um chefe que o exerce de modo pessoal.

• César Augusto conseguiu uma autoridade pessoal, absoluta e de carácter
quase divino.
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2 Pax Romana: Clima de estabilidade
3. Economia do Império:Urbana, porque era nas cidades que se realizavam as trocas comerciais ;Comercial, porque a principal actividade do Império era o comércio;Monetária, porque o intenso volume de trocas comerciais exigia uma grande circulação de moeda
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Outras actividades económicas:
• Indústria Artesanal;
• Produtos de Luxo;
• Extracção Mineira;
• Agricultura – Cultivo de cereais, azeita, vinha, e criação de gado;

Instituições políticas da República

Desde 509 a.C., data da sua independência em relação aos etruscos, Roma construiu um regime político em que o governo deixou de ser de um só (o rei) para se tornar a «coisa do povo» ou «res publica». Por isso o Estado romano adoptou o nome de REPÚBLICA. O poder político passou a ser exercido pelos aristocratas romanos (patrícios), através de vários órgãos de poder.
SENADO –Órgão político (Assembleia) formada por representantes das mais ilustres famílias romanas (poder legislativo e executivo)
MAGISTRATURAS – Governantes da República, eleitos nos comícios e por um período anual. O exercício dos cargos de magistrados, constituíam uma carreira pública (Cursus Honorum)
COMÍCIOS – Assembleias do povo romano, baseadas no nascimento, no local de residência ou na riqueza
Durante os primeiros séculos de conquista, as velhas instituições da República, (Senado, Magistrados e Comícios) concebidas para governar um pequeno território, continuavam inalteradas e a administrar o novo Império
Ora, a grande extensão do Império exigia um poder forte e eficiente para garantir a ordem e a segurança em todo o Império.
As questões sociais, desde muito cedo caracterizam e condicionam a história de Roma

OS PATRÍCIOS
Para os Romanos, os antepassados de um homem eram extremamente importantes. Quanto mais ilustres fossem os seus ancestrais, mais importância social adquiria; e isto traduzia-se em maiores possibilidades de desempenhar cargos públicos e em exercer determinada influência na respectiva comunidade.
No topo da pirâmide social estavam os patrícios.
O termo deriva de “Patres”, ou seja, “Pais”, o que remete a sua origem para a fundação de Roma. Os patrícios eram os descendentes dos primeiros romanos, aqueles que, segundo a lenda, vieram de Tróia (Ílio) com o mítico Eneias.
Durante o período etrusco, os patrícios eram já ricos aristocratas, com assento no Senado (que era então o Conselho Real)
Os plebeus, por seu turno, eram os descendentes dos estrangeiros (italianos) que então se juntaram ao nascente estado romano.

Os primeiros séculos da República ficaram marcados pelas lutas entre patrícios e plebeus. Os primeiros foram cedendo terreno face a estes últimos, perdendo pouco a pouco a exclusividade das magistraturas (por exemplo, do consulado e da pretura), e o domínio do aparelho judicial.
AS LUTAS/GUERRAS CIVIS
Em 509 a.C. - Após a expulsão dos Etruscos a Republica Romana assemelha-se ao governo aristocrático grego: os cidadãos dividem-se em aristocratas e populares ou patrícios e plebeus.
Na organização inicial da República os plebeus estavam excluídos dos cargos públicos.
Com o início das conquistas, os patrícios usaram a sua posição de supremacia para enriquecerem ainda mais:
-À custa da apropriação dos bens dos inimigos derrotados
- À custa da apropriação das terras dos plebeus que iam para o serviço

Perante os abusos dos patrícios, surgem as reivindicações da plebe e os conflitos sociais (revoltas) multiplicavam-se.


- 62 – 61 a. C. - lutas sociais e confrontos entre legiões e generais rivais dão-se um pouco por todo o Império
- 60 a. C. – Formação do Primeiro Triunvirato ou “O Governo dos 3 Homens”: Júlio César, Pompeu e Crasso
- 49 a. C. – Após a morte de Crasso, as legiões de Júlio César e de Pompeu enfrentamse abertamente pelo domínio do Estado Romano.
- 46 a.C. – Após matar Pompeu no campo de batalha, César torna-se senhor de Roma e faz-se eleger “Ditador” e, no ano seguinte, “Ditador Vitalício”. Era o quase regresso à monarquia.
- 32 – 30 a. C. – Tal como no 1º, o 2º Triunvirato rapidamente entra em rivalidades. Morto Lépido, Marco António é derrotado e também morto.
- 29 a. C. – Vitorioso e determinado, Octávio regressa a Roma como um verdadeiro herói.
• César gozava de poderes que jamais alguém tinha tido em Roma. Com ele, a República estava prestes a chegar ao fim porque os princípios da rotatividade, colegialidade, hierarquia das magistraturas e vigilância dos vários órgãos de poder, acabam.
As razões da crise da República Romana e o caminhar para o Regime Imperial devem ser procuradas…
• Nos órgãos de poder concebidos para um pequeno território e não para um vasto Império
• Nas diferenças sociais entre patrícios e plebeus agravadas pelas conquistas
• Nas constantes revoltas de plebeus e escravos
• Nos Generais rivais e ambiciosos que anseiam pelo poder político
É cada vez maior o desejo de encontrar um chefe que restaure a ordem e a estabilidade
Esse chefe surge na figura de Octávio, o primeiro imperador romano em 27 a.

Todos confiam o poder num só Homem:
29 a. C. – Octávio obtém o “Imperium Proconsular” (poder militar) ou Imperador
28 a. C. – faz-se eleger Tribuno, Cônsul e “Princeps Senatus” – ou o primeiro de todos os Senadores ( com poder de veto sobre as leis do Senado)
27 a. C. – Obtém do Senado o título de “Augustus”, filho dos deuses, ele próprio ser divino
23 a. C. – Recebe vitaliciamente o “Poder Tribunício”
12 a. C. – Torna-se “Pontifex Maximus”, supremo sacerdote e chefe da religião romana
2 a. C. – Octávio é declarado “Pai da Pátria”

Octávio César Augusto, 1º Imperador de Roma inaugura um novo regime: “O Principado”
- Respeita as instituições da Republica (Senado, Comícios e magistraturas) mas retira-lhes os poderes
- Institui o Principado para não ferir os sentimentos republicanos
- Cria uma administração imperial sob o seu poder
- Funda um regime, ao mesmo tempo republicano e monárquico

O PODER IMPERIAL: O controlo dos órgãos da República
• O Imperador chefia todos os órgãos da administração central (Senado, Comícios e Magistraturas)
• O Senado: Apesar de manter algum poder legislativo e a administração de Roma, da Itália e das província pacificadas, viu o imperador reduzir o seu número (600) e os seus poderes (deixa de controlar o exército e a política externa).
• Os Comícios só passam a reunir para a nomeação dos Imperadores, que aí recebia o “Poder Tribunício”
• As Magistraturas (as tradicionais e as novas) não são mais do que meros cargos públicos em total obediência ao Imperador.
• O Conselho Imperial: Era o órgão consultivo e deliberativo composto por senadores e magistrados escolhidos pelo imperador e que o ajudavam na administração do Império e na preparação das leis.
• O Corpo de funcionários Imperiais: Prefeitos, Legados, Procuradores, Curadores e Secretários que levavam o poder imperial às cidades e às províncias do Império.
• A Guarda Pretoriana: Corpo militar privativo do Imperador, comandado pelo Prefeito do Pretório cuja finalidade era garantir a segurança pessoal do Imperador e a manutenção da ordem pública.

O PODER IMPERIAL: O Culto ao Imperador
O Imperador de Roma recebe o título de AUGUSTO, um título divino até aí reservado aos deuses.


O Imperador passa a ser divinizado.
Esta divinização de origem oriental é feita por Octávio de forma prudente para não chocar os romanos:
- nas províncias adora-se o Imperador.Em Roma apenas se veneram as “virtudes imperiais”, ou seja, os benefícios da existência do governo imperial: “VITÓRIA AUGUSTA”, “JUSTIÇA AUGUSTA”,” PAZ AUGUSTA”, “LIBERDADE
Ao morrer em 14 d.C., o Senado confere a Octávio o título de DIVUS (Deus), com um corpo de sacerdotes para assegurarem o culto ao Imperador, que se espalha por todo o Império.
• Os imperadores que se seguiram foram também agraciados com o título de Augusto.
• O Culto Imperial passa a ser associado ao culto à cidade de Roma, vista como força superior, predestinada a governar o mundo e que trás a paz, a prosperidade e a justiça aos povos.
A personificação da cidade de Roma aparece ligada a uma figura feminina armada, que acaba por ser objecto de culto, transformada em “DEUSA ROMA” – Thea Roma ou Roma Aeterna.
• Para o seu culto construíram-se Templos em todo o Império.
• Este culto simultâneo ao Imperador e a Roma , tornou-se mais um elemento de união política e ideológica que enaltece os benefícios da dominação romana: uma espécie de devoção cívica que passa por cima das diferenças populacionais e é capaz de unir os diferentes povos do Império .


A Codificação do Direito
- Senado – órgão político de grande prestígio, era constituído por antigos magistrados
e tinha como funções emitir pareceres sobre as leis (função consultiva), nomear governadores de província e aconselhar os magistrados.

- Assembleias ou comícios – eram compostas por cidadãos que elegiam os magistrados
e aprovavam as leis propostas por estes

Durante o Império Romano, o Estado usou como principal instrumento a Lei Romana um conjunto de normas de Direito3, aplicadas em todo o mundo romano, levando ao progresso da justiça e dos tribunais. Estas normas eram trabalhadas e sistematizadas por jurisconsultos que contemplavam o direito público (conjunto de leis que regulavam o funcionamento do Estado) e o direito privado (tratava de questões particulares).

- A superioridade das leis romanas consistia na racionalidade, no pragmatismo e
na diversidade de situações.

-A aplicação da justiça e a chefia dos tribunais eram entregues aos magistrados
pretores (Roma) e aos propetores (Província).

- Se algum cidadão quisesse impor um recurso, tinha de recorrer à justiça romana que só podia ser resolvida nos tribunais e tinham de ser presididos pelo Senado ou pelo Imperador. Podemos então concluir que cabia ao Imperador o poder judicial.

- A Cidade de Roma e o restante território da Península Itálica que era
administrada pelo Senado e Funcionários do Imperador;
- As províncias senatoriais eram administradas por procônsules, nomeados pelo senado;
- As províncias imperiais governadas pelos legados dos Imperadores;
-As cidades eram os centros administrativos de base.
- As cidades que eram povoadas por não-cidadãos podiam ser estipendiárias, (pagavam mais imposto e estavam sujeitas à administração romana) livres ou federadas (tinham uma certa independência administrativa).
- As cidades povoadas por cidadãos eram as colónias (os seus habitantes usufruíam de plena cidadania) e os municípios (habitados por povos indígenas que beneficiavam de autonomia administrativa e de uma organização idêntica à de Roma). Podiam ser de Direito Latino e de Direito Romano.


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3 Direito: Conjunto de leis e de normas jurídicas que ajudavam a governar um estado.
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O Progresso do Direito de Cidade4

- Durante o séc. I a.C. só os cidadãos de Roma eram livres.
- No séc. I e II, eram atribuídos os direitos como prémio, a estrangeiros que se
distinguissem por actos heróicos ou por serviços prestados ao Império.
- No mesmo período, era também concedido o direito aos habitantes livres de algumas cidades indígenas pacificadas, transformando-se assim, em municípios.
- No início do séc. III, em 212, o Imperador Caracala promulgou um édito, que
estendia a cidadania a todos os habitantes livres do império, obtendo vantagens
políticas, fiscais, militares e culturais.

- A progressiva extensão da cidadania formou a harmonização da população, estabelecendo o regime imperial e a acalmar os conflitos, rivalidades e revoltas
sociais, que eram consequência das alterações económicas provocadas pelas
conquistas e alargamento do império.
Foi a partir de Augusto, que a sociedade romana conheceu a reforma social que tinha como princípios:
- Conceder igualdade em direitos e deveres a todos os cidadãos, patrícios ou plebeus;
-Facultar a todos os cidadãos livres com posses, o acesso ao senado e às
magistraturas;
- Obrigar todos os cidadãos Romanos ao recenseamento civil e fiscal para
possibilitar a eleição para os cargos públicos e políticos,

Augusto estabeleceu assim uma nova hierarquia social - a da riqueza ou fortuna pessoal (Classes Censitárias).

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4 Direito de Cidade: Privilégio que atribui uma plena cidadania aos habitantes de uma cidade, isto é, os mesmos direitos e deveres dos cidadãos de Roma.
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A Sociedade Imperial.Como se dividia a sociedade romana no séc. I e II?

• Ordem senatorial – os membros desta ordem situavam-se no topo da hierarquia social, a qual era constituída por cidadãos ricos, possuidores de grandes propriedades rurais (latifúndios) e que desempenhavam vários cargos públicos. Para se pertencer a esta ordem, era necessário possuir uma fortuna pessoal superior a um milhão de sestércios.

• Ordem equestre – era constituída por cavaleiros que se dedicavam ao comércio e à administração do império. Para se pertencer a esta ordem, era necessário possuir uma fortuna de meio milhão de sestércios.

- Plebeus Homens do povo; Não eram nobres;
- Cavaleiros Publicanos (Plebeus enriquecidos);
- Patrícios Grupo social mais importante;
- Clientes: Plebeus na dependência de uma família rica e poderosa;

Cultura Urbana Pragmática

• Na cultura romana salienta-se o facto de o seu povo ter carácter pragmático5 e
utilitário do pensamento e da cultura.

• A cultura romana impôs-se através:
- Da sua inteligência prática (resolvia problemas concretos da vida);
- Do espírito político (sentido gregário e tendência para a ordem,
disciplina e poder);
- Do sentido histórico;
-Da vontade para a monumentalidade e riqueza, bem patente no
urbanismo e na arquitectura;
- Dos hábitos de luxo.

• Os Romanos mais cultos, consideravam sempre a cultura grega como um
modelo de cultura superior.

O Urbanismo6 e a fixação de modelos arquitectónicos

• A cidade romana desenvolvia-se em torno de uma praça pública, o fórum7. À sua
volta construíam edifícios públicos como a cúria, os templos e as basílicas.

• Nos arredores os principais edifícios eram os teatros, anfiteatros, bibliotecas,
termas e arcos do triunfo.

As principais preocupações urbanísticas dos Romanos eram:
- A construção das principais vias de comunicação (o cardo e o
decumano);
- A criação de sistemas de esgotos e abastecimento de água
(aquedutos);
-Construções domésticas e públicas;

• As cidades organizavam-se de forma idêntica em todo o império, o que contribuiu
para a uniformização progressiva dos hábitos de vida no mundo romano.

- Existiam três tipos de habitações:

• As domus, localizadas nos centros urbanos, eram habitadas pelos grandes
senhores da sociedade romana. Estas casas eram espaçosas e bastante luxuosas.
Algumas tinham banhos privativos, jardins interiores e estavam decoradas com
pinturas murais e mosaicos.

• As vilas ou casas de campo pertenciam a grandes proprietários rurais. Eram
sinónimo de riqueza e bom gosto.

• As ínsulas eram prédios habitacionais com vários andares, situados nos centros
urbanos. Os espaços eram em grande parte comuns e habitados por mais que uma
família. Construídas em madeira, estas casas não revelavam grandes condições e
ardiam com facilidade. Nelas habitavam as camadas mais pobres.
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5 Pragmático: Filosofia ou corrente de pensamento que valoriza o senso comum, ou juízo prático e objectivo, como orientação da vida.
6 Urbanismo: Estudo sistematizado da cidade que inclui o conjunto de medidas técnicas,
administrativas, económicas e sociais necessárias à sua planificação e desenvolvimento.
7 Fórum: Principal praça pública das cidades romanas, espaço de encontro dos cidadãos, rodeada pelos
mais importantes templos e edifícios púbicos

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A arquitectura e escultura romana

• Na arquitectura a maior diferença entre a arte grega e a arte romana é a aplicação
da abóbada e do arco de volta inteira.

• Enquanto os gregos se preocupavam com a harmonia e a proporção,
os Romanos privilegiam a grandiosidade e a robustez das construções
arquitectónicas.

• A arte decorativa era constituída pelas colunas e a comemorativa era constituída
pelos arcos. Estes últimos eram construídos para comemorar os grandes feitos
dos imperadores.

• Ordens Arquitectónica :Ordem Dórica, Ordem Jónica, Ordem Coríntia e Ordem compósita


Na escultura

• o carácter narrativo das cenas tratadas nos relevos escultórios
demonstra um grande sentido apologístico, didáctico e documental.

• Procuravam honrar e louvar os seus deuses, heróis e chefes, divulgando a sua
imagem e os seus actos.

• O seu realismo técnico e formal originou autênticos retratos, que sugerem
aspectos psicológicos e de carácter das personalidades.


A apologia do império na poesia épica e na historiografia

• Os sentidos didácticos, apologéticos e históricos que testemunhámos na arte,
estiveram também presentes na poesia e na historiografia.
• Na poesia, um dos géneros literários mais praticados pelos Romanos, a
influência grega é bem evidente com o poeta Virgílio, autor de Eneida, poema
épico onde o autor exalta as origens e os feitos Romanos.
• A historiografia também desempenhou um papel importante na glorificação
e na legitimação das conquistas e na própria ideia do Império Romano como
Império Universal.
• Para os Romanos, a História Romana de Tito Lívio, é a que melhor exalta Roma
e o seu Império.


A formação de uma rede escolar urbana e uniformizada

• No que diz respeito à educação da juventude, Roma seguiu o modelo grego,
que procurava a educação o mais completa possível (física e intelectualmente)

• Por volta dos 7 anos os jovens começavam a frequentar escolas públicas que
funcionavam junto ao fórum, e tinham três tipos de mestres:

- O litterator, que ensinava a ler e a escrever. As suas aulas eram
frequentadas por quase todas as crianças de ambos os sexos;
- O grammaticus, que aprofundava o estudo da língua, da literatura e
da geometria. As suas aulas eram frequentadas maioritariamente por
rapazes, pois poucas raparigas continuavam os estudos.
- O rhetor, que completava a sua formação intelectual, visando a
expressividade que todo o cidadão devia possuir.

• A par do ensino intelectual, a educação romana privilegiava os exercícios
físicos e desportivos, com vista à preparação militar.


A Religião romana

Na religião, os Romanos deixaram-se influenciar pelos gregos e por outros povos conquistados, adoptando os seus deuses, mas atribuindo-lhes outros nomes. Os Romanos eram, por esta razão, politeístas. No Império Romano eram praticados vários tipos de cultos:


- O Culto familiar - dirigido pelo pai que depositava junto do altar ofertas,como, por exemplo, alimentos aos deuses em troca de favores ou protecção. No lar eram honrados, entre outros, os espíritos protectores da casa, da família e os deuses dos antepassados.
-O Culto público - prestado nos templos, era dirigido aos deuses que protegiam a cidade. Estas cerimónias religiosas eram organizadas pelos sacerdotes, que tinham a capacidade de interpretar a vontade dos deuses e pelas sacerdotisas que tinham o dever de manter a chama sagrada permanentemente acesa.
- O Culto imperial – o culto do Imperador surgiu no período do Império e integrou os restantes cultos. O Imperador era o Pontifex Maximus, isto é, o sacerdote supremo.



A Romanização8: Na Península Ibérica

O processo de conquista da Península Ibérica levado a cabo pelos romanos foi
longo e difícil, tendo ocorrido entre os séc. III e I a.C.

• Tal como a conquista, também o processo de aculturação9 foi lento.

Em Portugal
- Em Évora, o Templo de Diana é o melhor exemplo da arquitectura religiosa
romana em Portugal.
- Em Chaves, cidade famosa pelas suas termas, o Imperador Trajano mandou
construir uma ponte, que 2000 anos depois resiste ao tempo e ao trânsito.

• As Ruínas de Conímbriga permitem-nos concluir que o local, era nessa época,
um importante centro de pesca e indústria de conservas de peixe.

Muitas cidades portuguesas conservam testemunhos da Civilização Romana e
as suas características: no urbanismo, edifícios arquitectónicos, e estradas, em
sistemas de saneamento e abastecimento de água.

- Assim, a romanização implicou uma profunda transformação dos modos de
vida – material e cultural – dos povos da região correspondente ao actual
território português:

- Alteração do regime da propriedade fundiária (passou a ser individual,
deixando de ser comunitária)
- Introdução de novas culturas, como a oliveira e a vinha;
- Introdução da economia comercial e monetária;
- Desenvolvimento de actividades ligadas à exploração mineira, à pesca
e à indústria conserveira;
- Introdução de um novo estilo de vida, copiado dos Romanos, mais
pacífico e civilizado, testemunhado pela existência de teatros,
anfiteatros, termas, estádios, balneários públicos e fóruns.
- Difusão da língua latina, falada e escrita.
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8 Romanização: Processo de apropriação da cultura romana pelos povos que estavam integrados no Império Romano que os levou a adoptar a língua, os costumes, o modo de vida, a religião, o direito e a
arte dos romanos.
9 Aculturação: Acto de assimilação de uma cultura por outra diferente; Resulta do contacto entre
indivíduos de culturas diferentes
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FIM

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