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terça-feira, 1 de abril de 2014

Trabalho a realizar durante as férias de Páscoa Turmas de 12º41;12º 45 e 12º46


HISTÓRIA A – 12º Ano
Grupo I (A Viragem para Outra Era)
Documento 1 | Discurso de Mikhail Gorbatchev na ONU (7 de Dezembro de 1988)
O mundo em que vivemos hoje diferencia-se radicalmente de como era no início e em meados do século. [...] Produziram-se grandes mudanças sociais. [...]
O desejo de democratizar todos os sistemas políticos que regem o mundo converteu-se numa poderosa força político-social de primeira ordem.
Paralelamente, a revolução técnico-científica transformou numerosos problemas [...], que considerávamos até há pouco como nacionais ou regionais, em problemas universais. [...]
Ao mesmo tempo, o crescimento da economia mundial descobre as contradições e os limites de uma industrialização de tipo tradicional. A sua expansão incontrolada leva-nos à catástrofe ecológica. [...]
Outro problema é que o fosso entre os países desenvolvidos e a imensa maioria dos países em vias de desenvolvimento não se reduz, e constitui uma ameaça cada vez maior à escala mundial. [...]
Se queremos ter em conta as lições do passado e as realidades do presente, ser consequentes com a lógica objetiva do desenvolvimento mundial, devemos procurar e, sobretudo, procurar em conjunto, a maneira de sanear a situação internacional, o modo de construir um mundo novo. E sendo assim, vale a pena pormo-nos de acordo sobre as premissas e os princípios fundamentais, realmente universais, que tal empresa requer.
É evidente, por exemplo, que a força e a ameaça da força já não podem nem devem continuar a ser um instrumento da política internacional. Referimo-nos, em primeiro lugar, ao armamento atómico, mas não se trata unicamente disso. Todos, e em primeiro lugar os mais fortes, devem limitar por si mesmos e excluir totalmente o uso da força no exterior. [...]
O natural e o sensato seria não renunciar ao que já adquirimos de positivo, fazer progredir tudo o que de bom conseguimos nos últimos anos graças aos esforços conjuntos.
Refiro-me ao processo de negociações sobre o desarmamento nuclear e as armas convencionais e químicas, à busca de soluções políticas para acabar com os conflitos regionais e, em primeiro lugar, a um diálogo político mais intenso, mais sincero, orientado para o cerne dos problemas e não para a confrontação; para um intercâmbio não de acusações, mas de considerações construtivas. Sem diálogo político, as negociações não prosperarão. [...]
Nesta situação histórica, devemos equacionar, também, o novo papel da ONU.
Consideramos indispensável que os Estados revejam a sua relação com um organismo tão excecional como é a ONU: já não é possível conceber a política mundial sem ela. A sua intensa atividade pacificadora nestes últimos tempos demonstrou, novamente, que está em condições de ajudar os seus membros a resolver os desafios ameaçadores dos nossos dias e a seguir o caminho da humanização das relações entre eles. [.]
A segurança do mundo baseia-se nos princípios da Carta da ONU, segundo os quais todos os Estados devem respeitar o direito internacional.
Ao defender a desmilitarização das relações internacionais, defendemos a supremacia dos métodos político-jurídicos na solução dos problemas fundamentais. [...]
A democratização das relações internacionais não significa unicamente que todos os membros da comunidade mundial internacionalizem ao máximo a solução dos problemas. Significa também a humanização das relações.
As relações internacionais não refletirão plenamente os verdadeiros interesses dos povos, não serão uma firme garantia da sua segurança até que o centro de tudo seja o ser humano, as suas inquietações, direitos e liberdades. [.]
M. Gorbatchev, «Discurso na Assembleia Geral da ONU, em 7 de Dezembro de 1988», in Fernando Martinez Rueda e Mikel Urquijo Goitia, Materiales para la historia del mundo actual -1, Madrid, Ediciones Istmo, SA, 2006 (adaptado)

1.1.Explicite três dos aspetos da política internacional característicos do tempo da guerra fria criticados por Gorbatchev.

I.2. Enuncie três dos problemas mundiais que, segundo o autor, têm de ser resolvidos para «[...] construir um mundo novo.» [linha 14].

I.3. Explique quatro dos princípios indispensáveis à construção da nova ordem internacional expressos no documento.

FIM                                                                             


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