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quarta-feira, 16 de maio de 2012

teste de avaliação de História A - 10ºA- 16 de Maio

1.1- Duarte Pacheco Pereira evidenciou, ao longo de toda a sua obra, um confronto entre o conhecimento antigo, dos antigos, com os conhecimentos resultantes da empresa marítima levada a cabo pelos portugueses, o conhecimento moderno. Desde logo, refuta as teorias dos antigos autores que defendiam que as regiões a sul da linha equinocial era inabitável devido às altas temperaturas que aí se faziam sentir; pois, a “novidade” trazida pelos portugueses mostra que “ Claramente se mostra ser falso o que escreviam; pois debaixo da mesma equinocial há tanta habitação de gente, quanta temos sabida e praticada. [1]” Pacheco acreditava que a verdade do saber também se situava em tópicos como o “ver”, o “observar” e a “experiência”; é, aliás, através da experiência, que vai superando o conhecimento dos antigos. Para além de partir de conhecimentos pré-existentes, Pacheco recorre à observação directa e pessoal e à experiência, pois foi um homem que viajou muito e isso permitiu-lhe reunir argumentos para contrariar muito do conhecimento antigo. O conceito “experiência” tornou-se o conceito-chave do pensamento de Pacheco. Na obra Esmeraldo de Situ Orbis [3] encontramos as seguintes referências ao conceito experiência: - No livro I, capítulo 2º: “[...] a «experiência, que é madre das cousas», nos desengana e de toda dúvida nos tira; [...].” - No livro II, capítulo 11º: “[...] A «experiência» nos faz viver sem engano das abusões e fábulas - No livro I, capítulo 27º: “[...] temos por «experiência» que os navios em que pera aquelas partes navegamos, tanto que naquela crima são, nenhuns homens do que neles vão, desta infirmidade morrem, [...].” 1.2 e 1.3 - O contributo dos portugueses para o alargamento do conhecimento do mundo Ao longo dos séculos XV e XVI, os portugueses realizam uma série de viagens marítimas que alargam os horizontes da geografia e permitem ao homem europeu acabar com muitas das crenças, superstições e erros científicos em que desde sempre acreditara. Gil Eanes, Bartolomeu Dias, Diogo Cão, Vasco da Gama, Fernão de Magalhães realizaram viagens fundamentais para o alargamento sobre o conhecimento do mundo. Foi também importante o contributo português em outras áreas que tiveram um desenvolvimento paralelo com o das viagens. A cartografia, a astronomia, a matemática, a botânica e a zoologia, mas também a construção naval, as técnicas de navegação, a literatura de viagens, a geografia receberam importantes avanços a partir das observações e especulação pre-científicas de sábios como Duarte Pacheco, Garcia da Orta, D. João de Castro, Pedro Nunes. Os seus contributos foram fundamentais não só para a ciência da época mas também porque deixaram para os vindouros uma série de documentos e relatos, obras de análise e instrumentos aperfeiçoados que constituíram avanços nos domínios especializados da matemática, astronomia e geografia constituindo aquilo que se costuma designar por experiencialismo. Esse terá sido também um dos mais importantes contributos portugueses para a mentalidade quantitativa que estava em curso na época do Renascimento. Ao lado dos trabalhos de Copérnico, Galileu, Keppler, os escritos pré-científicos dos portugueses da época da expansão foram igualmente de grande importância para a construção de uma metodologia de trabalho de rigor e exactidão assente na Matemática e na Geometria mas também nas ciências da natureza, com a revolução científica a partir do século XVII. Se a época, século XV e XVI, não foi de ciência e rigor absolutos, esta foi mesmo assim uma etapa necessária e prévia e os portugueses tiveram por isso um papel central na construção da mentalidade científica europeia ocidental.

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