A – O que
foi o Mercantilismo?
OMercantilismo
foi a doutrina económica dos séculos XVI, XVII e XVIII, que
defendia uma forte intervenção do Estado na economia, através de medidas
protecionistas e monopolistas, com o objectivo de aumentar a riqueza nacional.
B – Quais
eramos seus princípios?
O
Mercantilismo tinha como princípios:
• a abundância
de metais preciosos no reino;
• a Balança
comercial – relação entre o valor das importações e das exportações –
positiva (ou favorável);
• o Protecionismo
– política económica que impede a livre iniciativa e a livre
circulação de mercadorias, traduzindo-se por um aumento das taxas alfandegárias
sobre as importações e pela concessão de exclusivos e privilégios às indústrias
internas;
• o fomento da
produção manufatureira/industrial, para promover a auto-suficiência do país;
• o incremento
e reorganização do comércio externo, para explorar mercados de abastecimento de
matérias-primas e de colocação de produtos manufaturados.
C – Por que
se pode afirmar que as políticas e medidas de Cromwell e de Colbert se
enquadram na teoria mercantilista?
As políticas
de Cromwell e de Colbert enquadram-se na teoria mercantilista porque se caracterizaram
pela intervenção do Estado na economia, por meio de medidas protecionistas e
monopolistas e com o objetivo de aumentar a riqueza dos respetivos países.
D – Quais
as diferenças e semelhanças entre o mercantilismo inglês e o mercantilismo
francês?
O mercantilismo
francês, implementado por Colbert, teve uma feição muito dirigista e
centrou-se nas Manufaturas – atividades industriais que não
empregavam maquinaria Assim:
• criou novas
indústrias e as manufaturas reais;
• importou
técnicas industriais;
• controlou a
atividade industrial através de inspetores estatais;
• desenvolveu a
frota mercante e a marinha de guerra;
• criou Companhias
monopolistas – associações económicas que tinham o direito exclusivo de
comerciar numa dada zona. Por seu lado, o mercantilismo inglês, implementado por Cromwell,
teve uma feição mais flexível e centrou-se no
comércio. Assim:
• publicou, entre 1651 e
1663, os Atos de Navegação – leis que proibiam a entrada em
Inglaterra de mercadorias coloniais transportadas em barcos estrangeiros (só a
marinha britânica os podia transportar);
• implementou uma política
de expansão comercial;
• criou grandes companhias
de comércio, como a Companhia das Índias Orientais inglesa (a mais rica e poderosa
das companhias monopolistas), que detinha o exclusivo do comércio com a Ásia e
amplos poderes a nível da administração, defesa e justiça.
2. O
EQUILÍBRIO EUROPEU E A DISPUTA DAS ÁREAS COLONIAIS
A – A que
se deveu a fragilidade do equilíbrio europeu nos séculos XVII e XVIII?
A fragilidade
do equilíbrio europeu deveu-se principalmente a motivações:
• económicas (
Guerras anglo-holandesas);
• políticas/dinásticas
(Guerra da Sucessão de Espanha).
B – Qual a
relação entre o Capitalismo comercial, o protecionismo económico e a corrida às
áreas coloniais como agudizar das tensões internacionais?
C – E quais
as áreas coloniais disputadas pelos Estados atlânticos?
O Capitalismo
comercial – sistema económico dos séculos XVI-XVIII, caracterizado pelo
investimento no comércio como forma de obtenção de lucros e de desenvolvimento
económico – levou a que o domínio dos mercados se tornasse uma prioridade
política. Como o protecionismo económico levantava entraves à circulação
de mercadorias no circuito europeu, os Estados voltaram-se para as áreas
coloniais – grandes mercados fornecedores de matérias-primas e consumidores
de produtos manufaturados, localizados no Oriente, em África e na América –, o
que provocou acesas rivalidades e inúmeros conflitos entre as potências
europeias, uma vez que se praticava o Exclusivo colonial, isto é, uma
forma de exploração económica que reservava para a metrópole os recursos e o
mercado das colónias, impedindo outros países de aí realizarem quaisquer
negócios.
D – Como se
caracterizou a disputa pela supremacia no grande comércio
marítimo?
Essa disputa
caracterizou-se por conflitos armados entre as grandes potências europeias, que
se desenvolveram em duas fases:
• 1ª - de 1651
a 1689 – Guerras entre a Holanda e a Inglaterra, em consequência dos Atos de
Navegação ingleses, que culminaram na vitória da Inglaterra e marcaram o
fim da hegemonia comercial holandesa;
•2ª - de 1689
a 1763 – Guerras entre a Inglaterra e a França, por questões territoriais e
económicas, que culminaram na Guerra dos Sete Anos, ganha pela Inglaterra. Foi assim
que, após mais de um século de conflitos, a Inglaterra se tornou a maior
potência colonial e marítima da Europa.
3. A
HEGEMONIA ECONÓMICA BRITÂNICA
A – Quais
foram as inovações agrícolas inglesas e qual a sua importância para o sucesso
económico da Inglaterra?
B – E que
papel tiveram no crescimento demográfico e a urbanização no desenvolvimento
económico inglês?
As principais
inovações foram:
• o sistema de
rotação quadrienal de culturas (ou afolhamento quadrienal);
• a articulação
entre a agricultura e a criação de gado (assegurava o necessário estrume e
incentivava a melhoria das raças animais);
• a vedação dos
campos – as chamadas enclousures;
• introdução de
máquinas nos campos, como a primeira semeadora mecânica, a charrua triangular e
a primeira máquina debulhadora.
Estas
inovações conduziram a um aumento da produtividade, que levou a um aumento
demográfico e
canalizou a
mão-de-obra excedentária para as cidades (urbanização) – factores de vitalidade
e riqueza económica.
C – Qual
foi o impacte do alargamento dos mercados na economia inglesa?
No século
XVIII, em resultado da conjugação de fatores como a revolução demográfica, a
abolição dos entraves à circulação dos produtos, o incremento dos transportes e
o crescimento urbano, a Inglaterra criou um verdadeiro Mercado
nacional, mercado interno onde os produtos e a mão-de-obra podiam circular
livremente. Ao
nível do mercado externo, os Ingleses conseguiram abrir brechas no rigoroso
protecionismo dos Estados europeus seus rivais e, ainda, comercializar com os
continentes americano e africano (praticando o comércio triangular)
e asiático (através da Companhia das Índias Orientais).
O alargamento
dos mercados contribuiu decisivamente para o forte crescimento económico da
Inglaterra e para a sua supremacia sobre o mundo.
D - Que
progressos se verificaramno sistema financeiro inglês?
O sistema
financeiro favoreceu o sucesso inglês através das seguintes instituições:
• a Bolsa de
valores de Londres que, ao transacionar bens mobiliários (fundos do
Estado, ações, obrigações), promoveu o desenvolvimento do capitalismo;
• o Banco de
Inglaterra, que realizava operações de apoio ao comércio (depósitos,
transferências, crédito), emitia notas e financiava a atividade comercial e
industrial.
4. O
ARRANQUE INDUSTRIAL NA INGLATERRA
A – O que
foi a Revolução Industrial e em que contexto ela ocorreu?
A Revolução
Industrial foi uma alteração tecnológica na produção – iniciada com a
introdução da máquina a vapor – acompanhada de modificações profundas nas
estruturas demográficas, económicas, sociais e mentais, que ocorreu na
Inglaterra a partir da segunda metade do século XVIII. Ela deu-se num contexto
de condições favoráveis, com destaque para:
• as inovações
técnicas na agricultura – Revolução Agrícola;
• as abundantes
matérias-primas, proporcionadas pelas colónias e pelo aumento da produtividade
agrícola;
• os avanços
tecnológicos – novos combustíveis, como o carvão de coque (mineral) em vez do
vegetal, e novos inventos, como a máquina a vapor de JamesWatt;
• a abundante mão-de-obra,
em resultado do crescimento populacional e a migração dos campos para as cidades.
B – Que
fatores impulsionaramos progressos no setor algodoeiro e emque se manifestou o
seu dinamismo?
Os progressos
do setor algodoeiro foram impulsionados pelo aumento da procura interna e
externa e pela abundância de matérias-primas.
O dinamismo
deste setor manifestou-se em novos melhoramentos na tecelagem, na fiação e na estampagem,
originando um inédito aumento de produtividade e produção.
C – Qual
foi o papel da metalurgia?
O
desenvolvimento foi acompanhado de perto pelo da metalurgia que, ao fornecer
máquinas e outros equipamentos metálicos, se tornou indispensável ao processo
de industrialização.
Um dos
principais produtos desta indústria, o ferro, agora mais barato e resistente,
começou a substituir com vantagem outros materiais, e surgiram as primeiras
construções metálicas.
D – Quais
as vantagens trazidas pelo vapor?
Com o vapor,
e pela primeira vez na História da Humanidade, criou-se uma fonte de energia artificial,
eficaz e adaptável a muitos usos – maquinismos e meios de transporte.
E – Que
consequências teve a Revolução Industrial iniciada em Inglaterra?
• a manufatura
cedeu o seu lugar à maquinofatura, a oficina à fábrica, o artesão ao operário,
a produção artesanal à produção em série;
• grandes vagas
de camponeses migraram para as cidades, que cresceram negras do fumo das
fábricas e se espraiaram em bairros pobres (subúrbios), de habitação operária;
• uma nova
classe, a burguesia industrial, ascendeu ao topo da sociedade e do poder
político, impondo os seus valores, a sua cultura e o seu modo de viver;
• os
transportes aceleraram a vida, fazendo circular mercadorias, homens, notícias,
ideias e hábitos.
Sem comentários:
Enviar um comentário