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segunda-feira, 12 de novembro de 2012

1. O REFORÇO DAS ECONOMIAS NACIONAIS E AS TENTATIVAS


A – O que foi o Mercantilismo?

OMercantilismo foi a doutrina económica dos séculos XVI, XVII e XVIII, que defendia uma forte intervenção do Estado na economia, através de medidas protecionistas e monopolistas, com o objectivo de aumentar a riqueza nacional.

B – Quais eramos seus princípios?

O Mercantilismo tinha como princípios:

a abundância de metais preciosos no reino;

a Balança comercial – relação entre o valor das importações e das exportações – positiva (ou favorável);

o Protecionismo – política económica que impede a livre iniciativa e a livre circulação de mercadorias, traduzindo-se por um aumento das taxas alfandegárias sobre as importações e pela concessão de exclusivos e privilégios às indústrias internas;

o fomento da produção manufatureira/industrial, para promover a auto-suficiência do país;

o incremento e reorganização do comércio externo, para explorar mercados de abastecimento de matérias-primas e de colocação de produtos manufaturados.

 

C – Por que se pode afirmar que as políticas e medidas de Cromwell e de Colbert se enquadram na teoria mercantilista?

As políticas de Cromwell e de Colbert enquadram-se na teoria mercantilista porque se caracterizaram pela intervenção do Estado na economia, por meio de medidas protecionistas e monopolistas e com o objetivo de aumentar a riqueza dos respetivos países.

D – Quais as diferenças e semelhanças entre o mercantilismo inglês e o mercantilismo francês?

O mercantilismo francês, implementado por Colbert, teve uma feição muito dirigista e centrou-se nas Manufaturas – atividades industriais que não empregavam maquinaria  Assim:

criou novas indústrias e as manufaturas reais;

importou técnicas industriais;

controlou a atividade industrial através de inspetores estatais;

desenvolveu a frota mercante e a marinha de guerra;

criou Companhias monopolistas – associações económicas que tinham o direito exclusivo de comerciar numa dada zona. Por seu lado, o mercantilismo inglês, implementado por Cromwell, teve uma feição mais flexível e centrou-se no comércio. Assim:

publicou, entre 1651 e 1663, os Atos de Navegação – leis que proibiam a entrada em Inglaterra de mercadorias coloniais transportadas em barcos estrangeiros (só a marinha britânica os podia transportar);

implementou uma política de expansão comercial;

criou grandes companhias de comércio, como a Companhia das Índias Orientais inglesa (a mais rica e poderosa das companhias monopolistas), que detinha o exclusivo do comércio com a Ásia e amplos poderes a nível da administração, defesa e justiça.

2. O EQUILÍBRIO EUROPEU E A DISPUTA DAS ÁREAS COLONIAIS

A – A que se deveu a fragilidade do equilíbrio europeu nos séculos XVII e XVIII?

A fragilidade do equilíbrio europeu deveu-se principalmente a motivações:

económicas ( Guerras anglo-holandesas);

políticas/dinásticas (Guerra da Sucessão de Espanha).

B – Qual a relação entre o Capitalismo comercial, o protecionismo económico e a corrida às áreas coloniais como agudizar das tensões internacionais?

C – E quais as áreas coloniais disputadas pelos Estados atlânticos?

O Capitalismo comercial – sistema económico dos séculos XVI-XVIII, caracterizado pelo investimento no comércio como forma de obtenção de lucros e de desenvolvimento económico – levou a que o domínio dos mercados se tornasse uma prioridade política. Como o protecionismo económico levantava entraves à circulação de mercadorias no circuito europeu, os Estados voltaram-se para as áreas coloniais – grandes mercados fornecedores de matérias-primas e consumidores de produtos manufaturados, localizados no Oriente, em África e na América –, o que provocou acesas rivalidades e inúmeros conflitos entre as potências europeias, uma vez que se praticava o Exclusivo colonial, isto é, uma forma de exploração económica que reservava para a metrópole os recursos e o mercado das colónias, impedindo outros países de aí realizarem quaisquer negócios.

D – Como se caracterizou a disputa pela supremacia no grande comércio

marítimo?

Essa disputa caracterizou-se por conflitos armados entre as grandes potências europeias, que se desenvolveram em duas fases:

1ª - de 1651 a 1689 – Guerras entre a Holanda e a Inglaterra, em consequência dos Atos de Navegação ingleses, que culminaram na vitória da Inglaterra e marcaram o fim da hegemonia comercial holandesa;

2ª - de 1689 a 1763 – Guerras entre a Inglaterra e a França, por questões territoriais e económicas, que culminaram na Guerra dos Sete Anos, ganha pela Inglaterra. Foi assim que, após mais de um século de conflitos, a Inglaterra se tornou a maior potência colonial e marítima da Europa.

3. A HEGEMONIA ECONÓMICA BRITÂNICA
A – Quais foram as inovações agrícolas inglesas e qual a sua importância para o sucesso económico da Inglaterra?

B – E que papel tiveram no crescimento demográfico e a urbanização no desenvolvimento económico inglês?

As principais inovações foram:

o sistema de rotação quadrienal de culturas (ou afolhamento quadrienal);

a articulação entre a agricultura e a criação de gado (assegurava o necessário estrume e incentivava a melhoria das raças animais);

a vedação dos campos – as chamadas enclousures;

introdução de máquinas nos campos, como a primeira semeadora mecânica, a charrua triangular e a primeira máquina debulhadora.

Estas inovações conduziram a um aumento da produtividade, que levou a um aumento demográfico e

canalizou a mão-de-obra excedentária para as cidades (urbanização) – factores de vitalidade e riqueza económica.

C – Qual foi o impacte do alargamento dos mercados na economia inglesa?

No século XVIII, em resultado da conjugação de fatores como a revolução demográfica, a abolição dos entraves à circulação dos produtos, o incremento dos transportes e o crescimento urbano, a Inglaterra criou um verdadeiro Mercado nacional, mercado interno onde os produtos e a mão-de-obra podiam circular

livremente. Ao nível do mercado externo, os Ingleses conseguiram abrir brechas no rigoroso protecionismo dos Estados europeus seus rivais e, ainda, comercializar com os continentes americano e africano (praticando o comércio triangular) e asiático (através da Companhia das Índias Orientais).

O alargamento dos mercados contribuiu decisivamente para o forte crescimento económico da Inglaterra e para a sua supremacia sobre o mundo.

D - Que progressos se verificaramno sistema financeiro inglês?

O sistema financeiro favoreceu o sucesso inglês através das seguintes instituições:

a Bolsa de valores de Londres que, ao transacionar bens mobiliários (fundos do Estado, ações, obrigações), promoveu o desenvolvimento do capitalismo;

o Banco de Inglaterra, que realizava operações de apoio ao comércio (depósitos, transferências, crédito), emitia notas e financiava a atividade comercial e industrial.

4. O ARRANQUE INDUSTRIAL NA INGLATERRA

A – O que foi a Revolução Industrial e em que contexto ela ocorreu?

A Revolução Industrial foi uma alteração tecnológica na produção – iniciada com a introdução da máquina a vapor – acompanhada de modificações profundas nas estruturas demográficas, económicas, sociais e mentais, que ocorreu na Inglaterra a partir da segunda metade do século XVIII. Ela deu-se num contexto de condições favoráveis, com destaque para:

as inovações técnicas na agricultura – Revolução Agrícola;

as abundantes matérias-primas, proporcionadas pelas colónias e pelo aumento da produtividade agrícola;

os avanços tecnológicos – novos combustíveis, como o carvão de coque (mineral) em vez do vegetal, e novos inventos, como a máquina a vapor de JamesWatt;

a abundante mão-de-obra, em resultado do crescimento populacional e a migração dos campos para as cidades.

B – Que fatores impulsionaramos progressos no setor algodoeiro e emque se manifestou o seu dinamismo?

Os progressos do setor algodoeiro foram impulsionados pelo aumento da procura interna e externa e pela abundância de matérias-primas.

O dinamismo deste setor manifestou-se em novos melhoramentos na tecelagem, na fiação e na estampagem, originando um inédito aumento de produtividade e produção.

C – Qual foi o papel da metalurgia?

O desenvolvimento foi acompanhado de perto pelo da metalurgia que, ao fornecer máquinas e outros equipamentos metálicos, se tornou indispensável ao processo de industrialização.

Um dos principais produtos desta indústria, o ferro, agora mais barato e resistente, começou a substituir com vantagem outros materiais, e surgiram as primeiras construções metálicas.

D – Quais as vantagens trazidas pelo vapor?

Com o vapor, e pela primeira vez na História da Humanidade, criou-se uma fonte de energia artificial, eficaz e adaptável a muitos usos – maquinismos e meios de transporte.

E – Que consequências teve a Revolução Industrial iniciada em Inglaterra?

a manufatura cedeu o seu lugar à maquinofatura, a oficina à fábrica, o artesão ao operário, a produção artesanal à produção em série;

grandes vagas de camponeses migraram para as cidades, que cresceram negras do fumo das fábricas e se espraiaram em bairros pobres (subúrbios), de habitação operária;

uma nova classe, a burguesia industrial, ascendeu ao topo da sociedade e do poder político, impondo os seus valores, a sua cultura e o seu modo de viver;

os transportes aceleraram a vida, fazendo circular mercadorias, homens, notícias, ideias e hábitos.

 

 

 

 

 

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