terça-feira, 27 de novembro de 2012
Resumo do filme "A Missão"
TÍTULO DO FILME: A MISSÃO (The Mission, ING 1986)
DIREÇÃO: Roland Joffé
ELENCO: Robert de Niro, Jeremy Irons, Lian Neeson, 121 min.,
Palma de Ouro em Cannes e Oscar de fotografia.
RESUMO
No século XVIII, na América do Sul, um violento mercador de escravos indígenas, arrependido pelo assassinato de seu irmão, realiza uma auto-penitência e acaba se convertendo como missionário jesuíta em Sete Povos das Missões, região da América do Sul reivindicada por portugueses e espanhóis, e que será palco das "Guerras Guaraníticas.
CONTEXTO HISTÓRICO Ao longo dos séculos XVI e XVII várias missões católicas foram criadas pelos jesuítas na América do Sul. Surgidas no século XIII, com as ordens mendicantes, esse trabalho de evangelização e catequese, desenvolveu-se principalmente nos séculos XV e XVI, no contexto da expansão marítima européia. Embora tivessem como objetivo a difusão da fé e a conversão dos nativos, as missões acabaram como mais um instrumento do colonialismo, onde em troca do apoio político da Igreja, o Estado se responsabilizava pelo envio e manutenção dos missionários, pela construção de igrejas, além da proteção aos cristãos. Na análise de Darcy Ribeiro em "As Américas e a Civilização", as missões caracterizaram-se como "a tentativa mais bem sucedida da Igreja Católica para cristianizar e assegurar um refúgio às populações indígenas, ameaçadas de absorção ou escravização pelos diversos núcleos de descendentes de povoadores europeus, para organizá-las em novas bases, capazes de garantir sua subsistência e seu progresso". Durante o século XVIII o movimento missionário enfrentou problemas na América do Sul, em áreas de litígio entre o colonialismo espanhol e português. No sul do Brasil, a população indígena dos Sete Povos das Missões, foi submetida pelo Tratado de Madrid (1750), um dos principais "tratados de limites" assinados por Portugal e Espanha para definir as áreas colonizadas. Pelo Tratado de Madrid,(1) ficava estabelecida a transferência dos nativos para margem ocidental do rio Uruguai, o que representaria para os guaranis a destruição do trabalho de muitas gerações e a deportação de mais de 30 mil pessoas. A decisão foi tomada em comum acordo entre Portugal, Espanha e a própria Igreja Católica, que enviou emissários para impor a obediência aos nativos. Os jesuítas ficaram numa situação delicadíssima, pois se apoiassem os indígenas seriam considerados rebeldes, e se contrário, perderiam a confiança deles. Alguns permaneceram ao lado da coroa, mas outros, como o padre Lourenço Balda da missão de São Miguel, deram todo apoio aos nativos, organizando a resistência desses índios à ocupação de suas terras e à escravização. Dá-se o nome de "Guerras Guaraníticas" para esse verdadeiro massacre dos nativos e seus amigos jesuítas por soldados de Portugal e Espanha. Apesar da absurda inferioridade militar, a resistência indígena estendeu-se até 1767, graças as táticas desenvolvidas e as lideranças de Sépé Tirayu e Nicolau Languiru. No final do século XVIII, os índios já tinham sido dispersados, escravizados, ou ainda estavam refugiados, na tentativa de restabelecer a vida tribal, que os caracterizava antes das missões.
(1)- Tratado de Madrid foi firmado na capital espanhola entre D. João V de Portugal e D. Fernando VI de Espanha, a 13 de Janeiro de 1750, para definir os limites entre as respectivas colônias sul-americanas, pondo fim assim às disputas. O objetivo do tratado era substituir o de Tordesilhas, o qual já não era mais respeitado na prática. As negociações basearam-se no chamado Mapa das Cortes, privilegiando a utilização de rios e montanhas para demarcação dos limites. O diploma consagrou o princípio do direito privado romano do uti possidetis, ita possideatis (quem possui de fato, deve possuir de direito), delineando os contornos aproximados do Brasil de hoje
.Brasil
Capitanias do Brasil - 1534.
terça-feira, 20 de novembro de 2012
HCA - síntese sobre a arquitetura romana
É favor ver as sínteses de 1 de Dezembro de 2011 sobre o Módulo2 - a Cultura do Senado
segunda-feira, 19 de novembro de 2012
HCA- Preapare-se para o teste do dia 28 de Novembro
1. Defina o conceito de Império territorial, no tempo de Octávio César Augusto e mencione os factores de união
(romanização) das províncias, culturas e povos integrados.
2. Refira em que consiste a cultura eclética de Roma Antiga.
3. Explique a designação "século de Augusto" que o Senado atribuíu ao período de I a.C. - I d.C. referindo a sua
acção:a) política; b) militar; c) social; d) religioso e e) cultural.
4. Explique as razões para Roma atribuir a designação de Mare Nostrum ao Mar Mediterrâneo.
5. Explicite as origens dos seis Fóruns de Roma, enunciado a função e os edifícos que os constituiam.
6. Refira o plano urbanístico (Urbe) dos espaços citadinos do Império Romano.
7. Explique o motivo porque o Módulo Dois tem como título Cultura do Senado. Mencione as funções dos
Senadores que ascenderam através do cursus honorum.
8. Indique as actividades de "ócio digno" a que se dedicavam os cidadãos romanos e os espaços
correspondentes.
9. Refira as principais características da Arquitectura Romana.
9.1 Identifique os quatros opus/materiais de construção utilizados pelos romanos nas suas obras e
edifícios.
9.2 Mencione os sistemas e técnicas novas de construção utilizadas na arquitectura romana.
10. Identifique os elementos de uma planta rectangular do templo romano.
11. Distinga Panteão de Basílica.
12. Identifique os espaços de um complexo termal romano.
13. Identifique as tipologias da arquitectura privada.
(romanização) das províncias, culturas e povos integrados.
2. Refira em que consiste a cultura eclética de Roma Antiga.
3. Explique a designação "século de Augusto" que o Senado atribuíu ao período de I a.C. - I d.C. referindo a sua
acção:a) política; b) militar; c) social; d) religioso e e) cultural.
4. Explique as razões para Roma atribuir a designação de Mare Nostrum ao Mar Mediterrâneo.
5. Explicite as origens dos seis Fóruns de Roma, enunciado a função e os edifícos que os constituiam.
6. Refira o plano urbanístico (Urbe) dos espaços citadinos do Império Romano.
7. Explique o motivo porque o Módulo Dois tem como título Cultura do Senado. Mencione as funções dos
Senadores que ascenderam através do cursus honorum.
8. Indique as actividades de "ócio digno" a que se dedicavam os cidadãos romanos e os espaços
correspondentes.
9. Refira as principais características da Arquitectura Romana.
9.1 Identifique os quatros opus/materiais de construção utilizados pelos romanos nas suas obras e
edifícios.
9.2 Mencione os sistemas e técnicas novas de construção utilizadas na arquitectura romana.
10. Identifique os elementos de uma planta rectangular do templo romano.
11. Distinga Panteão de Basílica.
12. Identifique os espaços de um complexo termal romano.
13. Identifique as tipologias da arquitectura privada.
quarta-feira, 14 de novembro de 2012
Ficha formativa· – A cultura do Senado -Módulo 2
A evolução política do Senado entre a Monarquia
e o Império
O Senado era uma assembleia de patrícios (nobres) que governavam
Roma na Antiguidade.
A origem do Senado perdeu-se no tempo. Mas a grandeza de Roma
deve-se, também, às
suas instituições políticas, nomeadamente, ao Senado.
No tempo da Monarquia, o rei era eleito pelo
Senado, mas precisava de ser confirmado,
por aclamação, na assembleia do povo. O Senado aconselhava o
rei, quando este o pedia; era
composto por 100 membros, mais tarde por 200 e, por último, por
300.
Na República, foram criadas as
magistraturas dos cônsules, que detinham a autoridade
dos antigos reis. Mas o Senado continuou com os seus poderes: «A
sua primeira atividade é
assumir […] a administração do tesouro […]. O julgamento dos
crimes cometidos no território
italiano que requeiram uma instrução pública, tais como traição,
envenenamento, assassinato,
é da competência do Senado. Também são da sua incumbência a
diplomacia e as declarações
de guerra». (Políbio, Histórias)
No Império, o Senado, com Octávio e
os seus sucessores, foi perdendo poderes: «Os
poderes do Senado e do povo passaram para Augusto e, a partir
deste momento, foi estabelecida
uma verdadeira monarquia. […] Para parecer que detêm [o poder]
não por sua própria
vontade mas pela lei, [os imperadores] tomam todos os títulos,
que à exceção da ditadura,
dependiam, nos tempos da República, da vontade do povo e do
Senado.
É em virtude destes títulos que procedem ao recrutamento de
exércitos, estabelecem
impostos, declaram a guerra e fazem a paz, comandam sempre e, em
toda a parte, tanto as
tropas aliadas como as romanas (exercem o imperium); assim, detêm os poderes que pertenciam
outrora aos cônsules e a outros magistrados. […] Por serem
consagrados sacerdotes […]
detêm o grande pontificado e são senhores de todas as coisas
santas e sagradas». (Cassius
Díon (150-235), Historia Romana, publicada em 80 volumes, cerca
do ano 230)
Apesar de tudo, o Senado foi a espinha dorsal das instituições e
do governo de Roma.
1• O que era o Senado?
2Descreva as funções do
Senado no tempo da Monarquia.
•3 Qual era a importância do
Senado, na República?
4Império, com Octávio Cesar
Augusto e seus sucessores, foi “estabelecida uma verdadeira
monarquia”. O que é que Cassius Díon quer dizer com estas
palavras?
5• E que poderes passa a ter o
Senado?
6Comente a frase: “Apesar de
tudo, o Senado foi a espinha dorsal das instituições
e do governo de Roma”.
7• Justifique ser a Cultura do
Senado o título deste módulo.
•
Ana Lídia Pinto · Fernanda Meireles · Manuela Cernadas Cambotas História da Cultura e
das Artes · 10.º ano
Leitura complementar sobre o mercantilismo
Veja aqui
srec.azores.gov.pt/dre/sd/115152010600/depart/dcsh/textosec.pdf
srec.azores.gov.pt/dre/sd/115152010600/depart/dcsh/textosec.pdf
segunda-feira, 12 de novembro de 2012
Medidas mercantilistas em Portugal e a crise comercial de 1670-92
A – Que
relação existiu entre a adoção de medidas mercantilistas em Portugal e a crise
comercial de 1670-92?
Entre 1670 e 1692, Portugal
enfrentou uma grave crise comercial, caracterizada por uma acumulação de stocks
de produtos coloniais (açúcar, tabaco, especiarias), por falta de
comprador, apesar dos preços cada vez mais baixos, que foi provocada principalmente por três
fatores:
• pela
concorrência de Holandeses, Franceses e Ingleses na produção de açúcar e
tabaco;
• pelos efeitos
da política protecionista de Colbert;
• pelos efeitos
da crise espanhola, resultante da redução do afluxo de prata americana, com a
qual os Holandeses
compravam o nosso sal. Uma vez
que esta grave crise privou Portugal dos meios necessários para o pagamento dos
produtos industriais que importava, a política do reino seguiu uma orientação
mercantilista.
B – Quais
foram as principais medidas do conde da Ericeira?
De acordo com o modelo
francês, o conde da Ericeira procurou impor o mercantilismo para atingir uma
balança comercial favorável, adotando as seguintes medidas:
• estabeleceu
fábricas com privilégios (como por exemplo, panos – sedas e lanifícios –,
vidro, papel…);
• contratou
artífices/técnicos estrangeiros que introduziram em Portugal novas técnicas de
produção;
• protegeu a
produção nacional através de pragmáticas – leis que proibiam o uso de produtos
de luxo estrangeiros;
• desvalorizou
a moeda, para tornar os produtos nacionais mais baratos e competitivos em
relação aos estrangeiros;
• criou companhias
monopolistas (como por exemplo, do Maranhão, para o comércio brasileiro).
C – Por que
se retrocedeu na política industrializadora portuguesa (abandono do
investimento nas manufaturas)?
Cerca de 1690, a crise
comercial deu sinais de se extinguir, em resultado dos muitos conflitos
político-militares que prejudicaram os interesses holandeses e franceses. Por
um acaso, deu-se pela mesma altura a descoberta de minas de ouro e de diamantes
no Brasil pelos bandeirantes (participantes em expedições armadas – as Bandeiras – que
partiam de S. Paulo e percorriam o Brasil à procura de ouro e escravos, cuja
ação foi da maior importância para o conhecimento do território e para a fixação
das fronteiras do Brasil) , o que fez abandonar o esforço do investimento
manufatureiro, desrespeitar-se as pragmáticas e retomar-se o comércio como
atividade prioritária.
D – Em que
contexto o ouro brasileiro foi apropriado pelo mercado britânico?
O ouro brasileiro seguiu em
grande quantidade para o mercado britânico num contexto de dependência
económica face à Inglaterra, que foi ainda acentuada pelo Tratado de Methuen
(1703).
Segundo este tratado, a
Inglaterra comprava os nossos vinhos com vantagem competitiva em relação aos
franceses, enquanto Portugal comprava os lanifícios e outras manufaturas àquela
sem restrições. Consequências diretas deste tratado
foram o abandono das
manufaturas de panos em Portugal e o escoamento do ouro brasileiro para
Inglaterra – como o défice comercial português para com esse país era enorme, o
ouro pagava as importações de produtos ingles.
6. A
POLÍTICA ECONÓMICA E SOCIAL DO MARQUÊS DE POMBAL
A – Como se
caracterizou a crise de meados do século XVIII em Portugal?
Esta nova crise foi muito
semelhante àquela que tinha estado na origem das medidas económicas do conde da
Ericeira, tendo-se caracterizado por:
• uma
debilidade da produção interna;
• dificuldades
de colocação de produtos brasileiros no mercado;
• excessiva
intromissão das outras nações no nosso comércio colonial (supostamente
exclusivo…);
• défice
crónico da balança comercial.
B – Quais
as características e os objetivos da política económica do Marquês de Pombal?
Sebastião José de Carvalho e
Melo, mais conhecido por Marquês de Pombal depois de se ter tornado 1º Ministro
do rei D. José, desenvolveu uma política económica de cariz mercantilista, com
os seguintes objetivos:
• reduzir o
défice;
• nacionalizar
o sistema comercial português (passar o controlo e os benefícios do comércio
para as mãos dos Portugueses);
• diminuir a
importação de bens de consumo;
• relançar as
indústrias;
• tornar o
comércio português seguro e rentável.
C – Que
medidas 1de fomento manufatureiro, 2de reorganização do comércio e 3de
alteração da ordem social foram encetadas pelo Marquês de Pombal?
1Medidas de
fomento manufatureiro:
• concessão de
privilégios (subsídios e isenção de impostos) às indústrias existentes;
• criação das
manufaturas da Covilhã e de Portalegre para desenvolver a indústria de
lanifícios;
• introdução
dos têxteis de algodão;
• desenvolvimento
da indústria de vidro da Marinha Grande;
• fomento de
vários setores da indústria – metalurgia, cerâmica, saboaria, construção naval…
• contratação
de técnicos estrangeiros e de mão-de-obra especializada;
• publicação de
pragmáticas;
• reorganização
da Real Fábrica das Sedas. Ä ver mapa/doc.
36, manual, p. 116
2Medidas de
reorganização do comércio:
• criação de
companhias monopolistas. Ä ver doc. 35, manual, p. 115
• criação da
Aula do Comércio, a primeira escola comercial da Europa, precursora das atuais
escolas técnicas;
• criação da
Junta do Comércio, órgão que controlava a atividade comercial do reino.
3Medidas de
alteração da ordem social:
• atribuição do
estatuto nobre à alta burguesia, accionista das companhias monopolistas;
• fim da
distinção entre cristãos-novos e cristãos-velhos;
• subordinação
das ordens privilegiadas (nobreza e clero) à Coroa.
D – Que
resultados obteve a política económica de Pombal?
A política económica de Pombal
teve resultados imediatos, pois:
• as áreas
económicas sob controlo das companhias prosperaram;
• desenvolveu-se
a produção de outros produtos coloniais – o algodão, o café e o cacau;
• as
importações diminuíram e as exportações aumentaram.
Nas décadas seguintes Portugal
viveu a sua melhor época comercial de sempre – entre 1796 e 1807 a balança
comercial obteve um saldo positivo.
Crise Comercial (1670-1692)
|
. Dificuldades de colocação dos produtos coloniais portugueses
|
Política Mercantilista
|
. Fomento manufactureiro.
.Protecção dos produtos nacionais.
|
Nova situação económica:
-Fim da crise comercial.
|
Descobertas de ouro no Brasil.
Consequências:
. Abandono da política industrializadora.
. Aumento das importações.
|
Tratado de Methuen
|
Consequências:
. Escoamento do ouro do brasileiro para a economia e mercado inglês.
|
Política económica e social
pombalina
|
. Criação das companhias monopolistas.
. Valorização da grande burguesia.
. Fomento manufactureiro.
|
Consequências da acção do Marquês de Pombal
. Prosperidade comercial.
|
1. O REFORÇO DAS ECONOMIAS NACIONAIS E AS TENTATIVAS
A – O que
foi o Mercantilismo?
OMercantilismo
foi a doutrina económica dos séculos XVI, XVII e XVIII, que
defendia uma forte intervenção do Estado na economia, através de medidas
protecionistas e monopolistas, com o objectivo de aumentar a riqueza nacional.
B – Quais
eramos seus princípios?
O
Mercantilismo tinha como princípios:
• a abundância
de metais preciosos no reino;
• a Balança
comercial – relação entre o valor das importações e das exportações –
positiva (ou favorável);
• o Protecionismo
– política económica que impede a livre iniciativa e a livre
circulação de mercadorias, traduzindo-se por um aumento das taxas alfandegárias
sobre as importações e pela concessão de exclusivos e privilégios às indústrias
internas;
• o fomento da
produção manufatureira/industrial, para promover a auto-suficiência do país;
• o incremento
e reorganização do comércio externo, para explorar mercados de abastecimento de
matérias-primas e de colocação de produtos manufaturados.
C – Por que
se pode afirmar que as políticas e medidas de Cromwell e de Colbert se
enquadram na teoria mercantilista?
As políticas
de Cromwell e de Colbert enquadram-se na teoria mercantilista porque se caracterizaram
pela intervenção do Estado na economia, por meio de medidas protecionistas e
monopolistas e com o objetivo de aumentar a riqueza dos respetivos países.
D – Quais
as diferenças e semelhanças entre o mercantilismo inglês e o mercantilismo
francês?
O mercantilismo
francês, implementado por Colbert, teve uma feição muito dirigista e
centrou-se nas Manufaturas – atividades industriais que não
empregavam maquinaria Assim:
• criou novas
indústrias e as manufaturas reais;
• importou
técnicas industriais;
• controlou a
atividade industrial através de inspetores estatais;
• desenvolveu a
frota mercante e a marinha de guerra;
• criou Companhias
monopolistas – associações económicas que tinham o direito exclusivo de
comerciar numa dada zona. Por seu lado, o mercantilismo inglês, implementado por Cromwell,
teve uma feição mais flexível e centrou-se no
comércio. Assim:
• publicou, entre 1651 e
1663, os Atos de Navegação – leis que proibiam a entrada em
Inglaterra de mercadorias coloniais transportadas em barcos estrangeiros (só a
marinha britânica os podia transportar);
• implementou uma política
de expansão comercial;
• criou grandes companhias
de comércio, como a Companhia das Índias Orientais inglesa (a mais rica e poderosa
das companhias monopolistas), que detinha o exclusivo do comércio com a Ásia e
amplos poderes a nível da administração, defesa e justiça.
2. O
EQUILÍBRIO EUROPEU E A DISPUTA DAS ÁREAS COLONIAIS
A – A que
se deveu a fragilidade do equilíbrio europeu nos séculos XVII e XVIII?
A fragilidade
do equilíbrio europeu deveu-se principalmente a motivações:
• económicas (
Guerras anglo-holandesas);
• políticas/dinásticas
(Guerra da Sucessão de Espanha).
B – Qual a
relação entre o Capitalismo comercial, o protecionismo económico e a corrida às
áreas coloniais como agudizar das tensões internacionais?
C – E quais
as áreas coloniais disputadas pelos Estados atlânticos?
O Capitalismo
comercial – sistema económico dos séculos XVI-XVIII, caracterizado pelo
investimento no comércio como forma de obtenção de lucros e de desenvolvimento
económico – levou a que o domínio dos mercados se tornasse uma prioridade
política. Como o protecionismo económico levantava entraves à circulação
de mercadorias no circuito europeu, os Estados voltaram-se para as áreas
coloniais – grandes mercados fornecedores de matérias-primas e consumidores
de produtos manufaturados, localizados no Oriente, em África e na América –, o
que provocou acesas rivalidades e inúmeros conflitos entre as potências
europeias, uma vez que se praticava o Exclusivo colonial, isto é, uma
forma de exploração económica que reservava para a metrópole os recursos e o
mercado das colónias, impedindo outros países de aí realizarem quaisquer
negócios.
D – Como se
caracterizou a disputa pela supremacia no grande comércio
marítimo?
Essa disputa
caracterizou-se por conflitos armados entre as grandes potências europeias, que
se desenvolveram em duas fases:
• 1ª - de 1651
a 1689 – Guerras entre a Holanda e a Inglaterra, em consequência dos Atos de
Navegação ingleses, que culminaram na vitória da Inglaterra e marcaram o
fim da hegemonia comercial holandesa;
•2ª - de 1689
a 1763 – Guerras entre a Inglaterra e a França, por questões territoriais e
económicas, que culminaram na Guerra dos Sete Anos, ganha pela Inglaterra. Foi assim
que, após mais de um século de conflitos, a Inglaterra se tornou a maior
potência colonial e marítima da Europa.
3. A
HEGEMONIA ECONÓMICA BRITÂNICA
A – Quais
foram as inovações agrícolas inglesas e qual a sua importância para o sucesso
económico da Inglaterra?
B – E que
papel tiveram no crescimento demográfico e a urbanização no desenvolvimento
económico inglês?
As principais
inovações foram:
• o sistema de
rotação quadrienal de culturas (ou afolhamento quadrienal);
• a articulação
entre a agricultura e a criação de gado (assegurava o necessário estrume e
incentivava a melhoria das raças animais);
• a vedação dos
campos – as chamadas enclousures;
• introdução de
máquinas nos campos, como a primeira semeadora mecânica, a charrua triangular e
a primeira máquina debulhadora.
Estas
inovações conduziram a um aumento da produtividade, que levou a um aumento
demográfico e
canalizou a
mão-de-obra excedentária para as cidades (urbanização) – factores de vitalidade
e riqueza económica.
C – Qual
foi o impacte do alargamento dos mercados na economia inglesa?
No século
XVIII, em resultado da conjugação de fatores como a revolução demográfica, a
abolição dos entraves à circulação dos produtos, o incremento dos transportes e
o crescimento urbano, a Inglaterra criou um verdadeiro Mercado
nacional, mercado interno onde os produtos e a mão-de-obra podiam circular
livremente. Ao
nível do mercado externo, os Ingleses conseguiram abrir brechas no rigoroso
protecionismo dos Estados europeus seus rivais e, ainda, comercializar com os
continentes americano e africano (praticando o comércio triangular)
e asiático (através da Companhia das Índias Orientais).
O alargamento
dos mercados contribuiu decisivamente para o forte crescimento económico da
Inglaterra e para a sua supremacia sobre o mundo.
D - Que
progressos se verificaramno sistema financeiro inglês?
O sistema
financeiro favoreceu o sucesso inglês através das seguintes instituições:
• a Bolsa de
valores de Londres que, ao transacionar bens mobiliários (fundos do
Estado, ações, obrigações), promoveu o desenvolvimento do capitalismo;
• o Banco de
Inglaterra, que realizava operações de apoio ao comércio (depósitos,
transferências, crédito), emitia notas e financiava a atividade comercial e
industrial.
4. O
ARRANQUE INDUSTRIAL NA INGLATERRA
A – O que
foi a Revolução Industrial e em que contexto ela ocorreu?
A Revolução
Industrial foi uma alteração tecnológica na produção – iniciada com a
introdução da máquina a vapor – acompanhada de modificações profundas nas
estruturas demográficas, económicas, sociais e mentais, que ocorreu na
Inglaterra a partir da segunda metade do século XVIII. Ela deu-se num contexto
de condições favoráveis, com destaque para:
• as inovações
técnicas na agricultura – Revolução Agrícola;
• as abundantes
matérias-primas, proporcionadas pelas colónias e pelo aumento da produtividade
agrícola;
• os avanços
tecnológicos – novos combustíveis, como o carvão de coque (mineral) em vez do
vegetal, e novos inventos, como a máquina a vapor de JamesWatt;
• a abundante mão-de-obra,
em resultado do crescimento populacional e a migração dos campos para as cidades.
B – Que
fatores impulsionaramos progressos no setor algodoeiro e emque se manifestou o
seu dinamismo?
Os progressos
do setor algodoeiro foram impulsionados pelo aumento da procura interna e
externa e pela abundância de matérias-primas.
O dinamismo
deste setor manifestou-se em novos melhoramentos na tecelagem, na fiação e na estampagem,
originando um inédito aumento de produtividade e produção.
C – Qual
foi o papel da metalurgia?
O
desenvolvimento foi acompanhado de perto pelo da metalurgia que, ao fornecer
máquinas e outros equipamentos metálicos, se tornou indispensável ao processo
de industrialização.
Um dos
principais produtos desta indústria, o ferro, agora mais barato e resistente,
começou a substituir com vantagem outros materiais, e surgiram as primeiras
construções metálicas.
D – Quais
as vantagens trazidas pelo vapor?
Com o vapor,
e pela primeira vez na História da Humanidade, criou-se uma fonte de energia artificial,
eficaz e adaptável a muitos usos – maquinismos e meios de transporte.
E – Que
consequências teve a Revolução Industrial iniciada em Inglaterra?
• a manufatura
cedeu o seu lugar à maquinofatura, a oficina à fábrica, o artesão ao operário,
a produção artesanal à produção em série;
• grandes vagas
de camponeses migraram para as cidades, que cresceram negras do fumo das
fábricas e se espraiaram em bairros pobres (subúrbios), de habitação operária;
• uma nova
classe, a burguesia industrial, ascendeu ao topo da sociedade e do poder
político, impondo os seus valores, a sua cultura e o seu modo de viver;
• os
transportes aceleraram a vida, fazendo circular mercadorias, homens, notícias,
ideias e hábitos.
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