Falemos da História
Sou o Tempo e o Espaço
Ando há muito apaixonado
Por uma bela Senhora
Que não me deixa
dormir descansado.
Há muito tempo a observo
Com ela sempre me deito
E vou falar a seu respeito.
É uma mulher fogosa
E a todos presta atenção,
Reis, Príncipes, Cavaleiros,
Senhores, Escravos,
Servos Escribas,
Charlatães, Monges e Monjas, Burgueses, Colarinhos Brancos e
Capitalistas,
Gente Séria e Batoteira, Doidos Varridos
Pobres Mortais, Indigentes, Peregrinos,
Políticos,
Galãs, Gente Fina e Altaneira,
O Médico e a Parteira,
Agiotas, Banqueiros, Operários
Conformados,Terroristas
Arruaças, Utópicos, Libertinos,
Loiras Crianças,
E os chamados Meninos.
Esta História que conheço,
Podia ser mais decente,
Desde que saiu da Corte dá-se
Com toda a gente.
Cada vez mais alcoviteira
Levanta-se ao raiar do sol,
Quer saber tudo o que se passa
Desde a alcova até ao rol.
Mete o nariz em todo o lado,
Revolve pedra, matagais,
cartórios,bibliotecas, jornais
Todos estão ao seu serviço
Doutores, filósofos,
arqueólogos, paleógrafos, economistas,
químicos, geógrafos,
antropólogos, sociólogos,artistas
E outros que tais.
Ela diz que tem um método
(a heurística, a analogia, o cruzamento de fontes)
Daquelas fontes que não têm água
Fontenários cuidados, alguns esmeradamente forjados,
recuperados, catalogados, guardados,
em arquivos depositados.
A esta senhora, tudo lhe chama atenção,
Desde que venha, da humana condição,
(Do perto, do longe, de cá e de lá)
Deseja encontrar as parcelas,
Que, distraída, perdeu ao longo do tempo.
E agora, velha e ligeira, diligente e sem demora
Procura juntar os dados, do jogo que deitou fora.
CM
17/5/2014
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