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domingo, 27 de janeiro de 2013

HCA - Caso prático -A igreja de S.Pedro de Rates. Revisões para o teste de avaliação




Veja aqui   a revisão do modulo 3

http://pt.scribd.com/doc/85257555/Mod3-aculturadomosteiro-HCA

Arquitetura românica portuguesa

 Caso prático: a Igreja de S. Pedro de Rates.

-Aspecto:templo fortaleza
-É uma igreja românica que se insere numa  zona rural.Possui fachada assimétrica e portal com arquivoltas.
Aspectos formais e temáticos da decoração escultórica do portal românico
• robustez dada por paredes espessas e apoiadas em contrafortes;
• emprego de materiais locais – na zona de Coimbra predomina o calcário;
• utilização do arco de volta perfeita;
• iluminação das igrejas a partir do janelão superior ou das rosáceas;
• preponderância da arquitectura religiosa ligada a mosteiros ou a grandes dioceses, como é o caso da Sé Velha de Coimbra.
Exemplo de  alguns aspectos formais e temáticos , românicas visíveis nesta igreja::
• a representação temática inspira-se, sobretudo, nos Evangelhos, tendo uma clara intenção pedagógica e doutrinal (difusão da doutrina cristã);
• o tímpano mostra um relevo de Cristo em Majestade na mandorla mística;
• as arquivoltas são decoradas com motivos figurativos e geométricos;
• os colunelos encontram-se esculpidos de alto a baixo com uma grande variedade de motivos de forte peso simbólico: relevos vegetalistas, animalistas e representação rígida e imperfeita da figura humana (pormenor do portal);
• os capitéis são decorados com figuras de animais míticos. características seguintes, ou outras consideradas relevantes:
 Algumas características da Igreja do Mosteiro de Alcobaça que pertencia à Ordem Religiosa de Cister:
• planta basilical ou em cruz latina;
• três naves – nave central e duas naves laterais;
• transepto saliente;
• abside com deambulatório;
• cobertura com abóbadas de arcos ogivais.
São Bernardo de Claraval
Reacção de Bernardo ao monaquismo (exemplos):
• monge da ordem beneditina, reage contra o excesso de riqueza da maioria das comunidades monacais;
• rejeição do mundo profano;
• mística que desconfia da beleza exterior;
• religiosidade fundada na contemplação da beleza da alma;
• censura a ostentação do clero e dos templos e o excesso de rituais;
• defende uma inteligência feita de amor, mais do que de erudição.
Materialização do ideal (exemplos)
• defende um quotidiano pautado pela oração, meditação e trabalho para a comunidade;
• defende o sacrifício em nome da fé: elevação do espírito pela mortificação do corpo;
• valoriza o sentimento, a fé, a vontade ética e o amor, que conduzem à ascese mística;
• opõe-se ao ensino da Escolástica e, de uma maneira geral, ao debate do texto religioso.
Consequências estéticas (exemplos)
• recusa o excesso nas decorações escultóricas (critica a decoração dos capitéis do românico, como exemplificada no texto) e nas alfaias religiosas dos conventos, mosteiros e igrejas, sustentando a austeridade dos paramentos e dos altares;
• a arquitectura religiosa deve reflectir simplicidade e abnegação: depuração arquitectónica nos capitéis, arcos, molduras e frisos;
• impõe-se a sobriedade do conjunto, sem interferência de peças escultóricas fora do contexto, para evitar a dispersão da atenção dos fiéis.
 Monge da ordem beneditina, Bernardo de Claraval defende a humildade e o desprendimento em relação aos bens materiais. Impõe um programa que recusa o excesso deco


HCA A arte românica



 http://www.slideshare.net/Goncaloandre95/o-romanicoemportugal-ruben-tiago-11811864

 http://www.youtube.com/watch?NR=1&feature=endscreen&v=gHRieNKPUQM

 http://espanha-imagens.blogspot.pt/#!/2012/02/teto-da-mesquita.html


http://youtu.be/txScHQsVLc8

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Veja aqui principais-museus-do-mundo

http://www.olhardigital.com.br/produtos/central_de_videos/faca-um-tour-virtual-pelos-principais-museus-do-mundo

HCA Ficha Formativa nº 3

1.Ordene cronologicamente, do mais antigo para o mais recente, os seguintes acontecimentos:

(A) Divisão do Império Romano em Ocidente e Oriente.

(B) Nascimento de Portugal.

(C) 1ª Cruzada.

(D) Árabes invadem a Península Ibérica.

2.
Seleccione a única alternativa que indica a definição do "período da História que se situa ente os séculos V e XV da Era Cristã. Começa com a queda do Império Romano do Ocidente e termina com a tomada de Constantinopla pelos Turcos Otomanos".

(A) Antiguidade Clássica.

(B) A Era dos Mosteiros.

(C) Idade Média.

(D) Muito Antigamente.

3.
Identifique os intervenientes na s Relações Senhoriais.

(A) Senhores Feudais e Camponeses.

(B) Patrões e operários.

(C) Suseranos e Vassalos.

(D) Cavaleiros e Peões.

4.
Identifique os intervenientes na s Relações Feudais.

(A) Senhores Feudais e Camponeses.

(B) Patrões e operários.

(C) Suseranos e Vassalos.

(D) Cavaleiros e Peões.

5.
Seleccione a única alternativa que indica a definição de "tipo de sociedade cujos caracteres determinantes são: um desenvolvimento levado até muito longe dos laços de dependência de homem para homem […] um parcelamento do poder político criando, em cada região, uma hierarquia de instâncias autónomas que exercem, no seu próprio interesse, poderes normalmente atribuídos ao Estado […]".

(A) Socialismo.

(B) Cristianismo.

(C) Feudalismo.

(D) Surrealismo.

6.
A Economia Europeia do século IX caracteriza-se por ser:

(A) urbana e comercial.

(B) industrial.

(C) rural e agrária.

(D) muçulmana.

8.
Durante toda a Alta Idade Média, a Igreja Cristã para além de obrigações religiosas, pastorais e doutrinais, exerceu um importante papel civilizacional.

(A) verdadeira.

(B) falsa.

(C) verdadeira apenas a 1ª parte.

(D) verdadeira apenas a 2ª parte.

9.
Seleccione a única alternativa que indica a definição de "comunidade de povos e nações que, professando a mesma fé, criaram entre si vínculos sociais, políticos, jurídicos e culturais daí decorrentes".

(A) Sarracenos.

(B) Comunidade Islamita.

(C) Europa Bárbara.

(D) Cristandade.

10.
Quem vivia nos Mosteiros?

(A) Abades ou Abadessas e Monges ou Monjas.

(B) Frades ou Freiras.

(C) Bispos e Padres.

(D) Soldados.

11.
Quem vivia nos Conventos?

(A) Abades ou Abadessas e Monges ou Monjas.

(B) Frades ou Freiras.

(C) Bispos e Padres.

(D) Soldados.

12.
Seleccione a única alternativa que indica a definição de "expedições religioso-militares destinadas a "libertar" os lugares sagrados da Terra Santa do jugo do islamismo".

(A) Grupos de Libertação.

(B) Corpo Expedicionário Europeu.

(C) Cruzadas.

(D) Expedições Europeias à Terra Santa.

13.
Seleccione a única alternativa que indica a definição de "pequenos mundos autónomos e auto-suficientes, virados para o seu interior e fechados ao exterior por portas, rigorosamente vigiadas e regulamentadas".

(A) Catedrais.

(B) Mosteiros.

(C) Igrejas.

(D) Fábricas.

FIM

HCA - A Cultura do Mosteiro - Biografia -S. Bernardo de Claraval



S. Bernardo de Claraval
-Monge da ordem beneditina, Bernardo de Claraval defende a humildade e o desprendimento em relação aos bens

materiais. Impõe um programa que recusa o excesso decorativo dos elementos arquitectónicos e a decoração escultórica e que apresenta a sobriedade, a simplicidade e a depuração estruturais como características dominantes.

Reacção de Bernardo ao monaquismo (exemplos):


 

-monge da ordem beneditina, reage contra o excesso de riqueza da maioria das comunidades monacais;
 


 

-rejeição do mundo profano;


 

-mística que desconfia da beleza exterior;


 

-religiosidade fundada na contemplação da beleza da alma;
 

-censura a ostentação do clero e dos templos e o excesso de rituais;




-defende uma inteligência feita de amor, mais do que de erudição.



-Materialização do ideal (exemplos);



-defende um quotidiano pautado pela oração, meditação e trabalho para a comunidade;



 
 

-defende o sacrifício em nome da fé: elevação do espírito pela mortificação do corpo;




 

-valoriza o sentimento, a fé, a vontade ética e o amor, que conduzem à ascese mística;



 

-opõe-se ao ensino da Escolástica e, de uma maneira geral, ao debate do texto religioso.



Consequências estéticas (exemplos):

 

-recusa o excesso nas decorações escultóricas (critica a decoração dos capitéis do românico, como exemplificada



no texto) e nas alfaias religiosas dos conventos, mosteiros e igrejas, sustentando a austeridade dos paramentos e dos

altares;
 

-a arquitectura religiosa deve reflectir simplicidade e abnegação: depuração arquitectónica nos capitéis, arcos,



molduras e frisos;


impõe-se a sobriedade do conjunto, sem interferência de peças escultóricas fora do contexto, para evitar a



dispersão da atenção dos fiéis.
> Interpretação completa do texto e da figura, por referência ao solicitado.

> Utilização adequada e sistemática da terminologia específica da disciplina.

CONSEQUÊNCIAS DA REVOLUÇÃO FRANCESA, de Jean de Viguerie

 
Jean de Viguerie
A revolução foi uma ruptura em todos os domínios.
Primeiramente, no domínio político: depois de mil anos de estabilidade na França, começou o reinado da instabilidade, isto é, a sucessão de regimes, de repúblicas, de governos, de partidos. Desde 1789, a França anda à busca de uma legitimidade. O assassinato do rei Luiz XVI, crime premeditado, crime deliberado bem antes do processo que lhe foi intentado, como mostra um recente livro de Madame Coursac, revestiu-se de uma significação profunda: foi um parricídio.
Ruptura no domínio das instituições e das leis: mil anos de leis, de costumes, de instituições, de privilégios, de liberdades, abolidos de repente, sem motivos.
Ruptura e degradação de uma sociedade: de um dia para o outro acabaram-se as ordens, as corporações, as confrarias, as companhias, e o indivíduo se viu sozinho diante do Estado.
E o que dizer de todas as conseqüências que se seguiram?
O atraso económico em primeiro lugar. No século XVIII a França multiplicara por quatro seu comércio exterior. Vira uma notável expansão de sua costa atlântica. O crescimento só retornará no Império, mas não passará de uma recuperação das perdas sofridas durante a Revolução.
Em seguida, o atraso demográfico. Desde 1801, na França, a curva de jovens é constantemente decrescente. No século XVIII, sua população crescia no mesmo ritmo que a da Inglaterra. A partir de 1800 nota-se o crescimento da população britânica, a estagnação da população francesa. Em 1901, a densidade britânica é de 163 habitantes por km2, a francesa de 73.
Atraso enfim no ensino. De um dia para o outro, dissolveu-se uma rede de escolas que era a mais completa e a mais bela de toda a Europa (vinte e uma universidades, mais de duzentos colégios, milhares de escolas primárias) e não a substituíram por nada ou quase nada.
Depois da Revolução, foram necessários 30 anos para reconstruírem uma rede escolar tão densa quanto a do "Ancient Régime". Em 1790, a supressão das ordens religiosas teve, no domínio da vida espiritual, conseqüências desastrosas incalculáveis; milhares de mosteiros com seus arquivos, suas bibliotecas, eram centros de vida intelectual erudita. A Revolução expulsou os monges, os edifícios foram deixados ao abandono, grande quantidade de livros e manuscritos foram perdidos.
Mas tudo isso não é nada ao lado da apostasia. A Constituinte provocou o cisma. A Assembléia e a Convenção perseguiram a religião católica e descristianizaram sistematicamente a França. O resultado é fácil de ver: em 1801, no momento da Concordata, a proporção de franceses católicos praticantes caiu de 99% para 50%. A metade da nação francesa deu as costas para Deus. Um século mais tarde, depois de prodígios de apostolado e de santidade, o inventário era o mesmo: em 1914, 50% dos franceses fazem a Páscoa. O que quer dizer que a metade perdida entre 1789 e 1801, a Igreja nunca mais recuperou.
("Caractères de l´Histoire de la France" -- Itineraires no. 271. Tradução: Permanência).

domingo, 13 de janeiro de 2013

HCA-A cultura do Mosteiro - sinteses 1 e 2



1. OS GUARDIÃES DO SABER

O ensino nas escolas monásticas mandadas criar por Carlos Magno, recorria aos autores clássicos – Platão, Aristóteles, Virgílio, Horácio, Cícero –, cujas obras foram interpretadas à luz do pensamento cristão, como o de Santo Agostinho.

A partir dos séculos IX – X, os monges – praticamente os únicos letrados (os que sabiam ler e escrever) – transformaram-se, então, nos guardiães do saber, os intermediários entre o pensamento antigo dos Gregos e dos Romanos e o pensamento cristão, mantendo viva uma tradição que chegou ao Renascimento (sécs. XV – XVI). À tradição clássica associou-se, também, a influência islâmica, presente na cultura mediterrânica desde o século VII.

2. O PODER DA ESCRITA
O papel de guardiães do saber escrito coube igualmente aos monges pelo trabalho exercido nos scriptoria (oficinas de escrita) dos mosteiros: aí, escribas, copistas e iluminadores, produziam documentos, efectuavam registos e copiavam, à mão, os livros religiosos e os grandes clássicos, muitas vezes ricamente ilustrados com iluminuras ou miniaturas.

As iluminuras, ou miniaturas, eram representações pictóricas que ilustravam os códices manuscritos da Idade Média, de modo a tornar o texto "legível" para os crentes.

Os miniaturistas (do latim «minium», em referência ao pigmento vermelho utilizado com frequência para realçar as letras iniciais dos manuscritos) ou iluminadores (do latim «iluminare», dar luz ou adornar) eram, inicialmente, monges que trabalhavam nos scriptoria dos mosteiros e, a partir do século XIII, artistas laicos integrados nas oficinas dos mosteiros.

Quer uns, quer outros, transcreviam sobre pergaminho (pele de cabra, de ovelha ou de vitela, macerada em cal e depois raspada e polida) os diversos tipos de textos litúrgicos (religiosos, católicos):

 a Bíblia, os evangeliários, sacramentários e missais, que eram livros com todas as orações destinadas as serem rezadas na missa;

 os saltérios, que eram compilações dos salmos;

 os livros de horas, nos quais se recolhiam as orações apropriadas a cada hora do dia.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

HCA - Veja aqui esquemas gerais sobre o mód. 3

http://pt.scribd.com/doc/85257555/Mod3-aculturadomosteiro-HCA

HCA- LOCAL: O MOSTEIRO


Igreja Católica constituía o alicerce mais profundo e estável do mundo medieval (séculos V-XV).
Com uma organização própria (leis, bens e tributos), ela dirigia os desígnios dos Homens (ricos e
pobres), uma vez que tinha um papel activo nas suas vidas. O baptismo, o casamento, o enterro, bem como as missas dominicais eram rituais religiosos que marcavam a vida quotidiana e terrena do Homem. Seguir os ensinamentos de Cristo perspectivava uma vida eterna celeste. Seria essa a recompensa pelos sacrifícios terrestres. Este princípio tornava a Igreja uma instituição com forte poder espiritual e cultural.
Os mosteiros multiplicaram-se a partir da experiência de São Bento de Núrsia, que fundou, no século
VI, o Mosteiro de Monte Cassino, na Itália. A regra monástica de São Bento era “ora et labora”- ore e trabalhe. “O ócio é inimigo da alma. Assim, os irmãos devem estar ocupados, em tempos determinados, no trabalho manual e em horas determinadas também, à leitura divina”, afirmava S. Bento.
Nos mosteiros beneditinos de toda a Europa medieval, os monges eram arrancados ao minguado
conforto dos seus colchões de palha e ásperos cobertores pelos sineiros, que os despertavam às 2 horas da madrugada. Momentos depois, dirigiam-se apressadamente, ao longo dos frios corredores de pedra, para o primeiro dos seis serviços diários na enorme igreja (havia uma em cada mosteiro), cujo altar, esplendoroso na sua ornamentação de ouro e prata, resplandecia à luz de centenas de velas. Esperava-os um dia igual a todos os outros, com uma rotina invariável de quatro horas de serviços religiosos, outras quatro de meditação individual e seis de trabalhos braçais nos campos ou nas oficinas. As horas de oração e de trabalho eram intercaladas por períodos de meditação; os monges deitavam-se geralmente pelas 6.30 horas da tarde.
Durante o Verão era-lhes servida apenas uma refeição diária, sem carne; no Inverno, havia uma segunda refeição para os ajudar a resistir ao frio. Era esta a vida segundo a Regra de S. Bento, que prescrevia para os monges e monjas uma vida de pobreza, castidade e obediência, sob a orientação monástica de um abade ou de uma abadessa, cuja palavra era lei.
Nos mosteiros e nas abadias, tudo era partilhado: a oração, as refeições e o trabalho manual,
valorizado e elevado à categoria de oração a serviço de Deus. Os monges trabalhavam nas bibliotecas, nas oficinas e nos campos, onde desenvolveram técnicas avançadas tornando cultiváveis bosques e terrenos baldios, servindo de exemplo aos camponeses. Os monges realizaram também vasta obra de acção social, distribuindo esmolas aos mendigos, alojamento aos peregrinos e abrigo aos camponeses fugidos dos domínios.
Os mosteiros foram também importantes centros de actividade cultural e artística. Nas suas amplas bibliotecas e nos scriptoria, executando traduções, transcrições e cópias de livros e documentos históricos principalmente na execução de manuscritos e iluminuras, conseguiram preservar e transmitir os textos dos autores clássicos da Antiguidade, difundindo os Evangelhos e a cultura latina. Durante a Idade Média, os livros eram vistos como um tesouro, quer pela sua raridade, quer pelos materiais utilizados na sua concepção, como também pela própria mensagem que continham. Eram profusamente decorados com coloridas e muito pedagógicas iluminuras, que ilustravam o texto escrito. O livro, enquanto instrumento doutrinal, de oração, ou de poder (para quem o possuía) estava ao dispor de uma parte ínfima da sociedade.
Paralelamente, o Mosteiro era um ponto de passagem de muitos peregrinos que, num acto de penitência para se punir dos pecados ou para pedir /pagar uma graça percorriam (a pé) longas distâncias por toda a Europa até chegarem a um dos mais importantes centros de peregrinação da Europa medieval – Santiago de Compostela. Era nos Mosteiros que o peregrino ou o conjunto de peregrinos podiam encontrar assistência aos males do corpo e do espírito (banhos, comida, cuidados médicos, assistência a moribundos).
As ordens religiosas que mais se destacaram, fundando abadias e conventos por toda a Europa, foram as de São Bento (Beneditinos), de Cluny (Cluniacenses), de São Bruno (Cartuchos), de Cister (Cistercienses), de São Francisco (Franciscanos) e de São Domingos (Dominicanos).
Por volta do ano 1000, as Regras seguidas praticamente em todos os mosteiros da Europa Ocidental inspiravam-se na dos Beneditinos, tal como muitos dos edifícios se baseavam no "modelo" delineado para o Mosteiro de Saint-Gall, na Suíça, construído em 820 (manual, p. 163).
A Igreja não fechara os olhos às dependências e hierarquias, antes pelo contrário. O Papa era visto como a mais alta individualidade da Igreja, uma vez que representava Cristo na Terra. O clero subdividia-se então em clero regular (abades/abadessas, monges/monjas, que seguiam uma Regra – um conjunto de normas – e viviam em mosteiros/abadias) e clero secular (bispos e padres que dirigiam dioceses e paróquias). Dadas as suas funções relacionadas com o culto religioso, seriam dos poucos que sabiam ler e escrever, como também estavam isentos do pagamento de qualquer tributo. Antes pelo contrário, recebiam a dízima dos camponeses e inúmeros privilégios do Rei, como também variados benefícios materiais, muitos deles deixados em testamento pelos senhores da nobreza que ansiavam, desta forma, alcançar mais rapidamente o Paraíso

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Modulo 3- HCA - BIOGRAFIA: :SÃO BERNARDO DE CLARAVAL

(1090 -1153)
 M onge místico da Ordem beneditina de Cister, foi o fundador do mosteiro de Clairvaux (Claraval), na fronteira entre a Borgonha e a Champagne, França, e o membro da Igreja mais influente do seu tempo. Reagindo contra o monaquismo da época,
São Bernardo rejeitava o mundo profano, desconfiava da beleza exterior, defendia uma religiosidade fundada na contemplação da beleza da alma, preconizava uma inteligência feita de amor, mais do que de erudição, e criticava a excessiva riqueza da maioria das comunidades monásticas, censurando a ostentação do clero e dos templos e o excesso de rituais. No caso concreto da Ordem beneditina de Cluny, reprovava nos monges cluniacenses o seu amor pelos prazeres terrenos, designadamente pela forma como cultivavam a iconografia patente nos frescos, nos tímpanos e nos capitéis. Por isso, actualizou a antiga condenação das aparências do mundo preconizada por São Bento. Defendendo a humildade e o desprendimento em relação aos bens materiais, bem como a ideia de que a arquitectura religiosa devia reflectir simplicidade e abnegação, impôs um programa «estético» que recusava o excesso nas decorações escultóricas nos conventos, mosteiros e nas igrejas, sustentando a austeridade dos paramentos e dos altares; que privilegiava a recta e o plano em detrimento da curva, supostamente sensual; que impunha a sobriedade do conjunto, sem interferência de peças escultóricas fora do contexto para evitar a dispersão da atenção dos fiéis, a simplicidade e a depuração arquitectónica (nos capitéis, arcos, molduras e frisos) como características dominantes. A «reforma cisterciense» de
São Bernardo preconizou, assim, uma arte quase iconoclasta. Nos mosteiros que a sua Ordem construiu por toda a Europa está presente uma sobriedade extrema e a exclusão de todo o supérfluo decorativo ou opulência (riqueza) arquitectónica. A interdição da cor significou o desaparecimento dos frescos, e a predominância da pedra à vista em paredes, pavimentos, portais e janelas, contribuiu para o pretendido ambiente de despojamento, austeridade e severidade.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

HCA- Módulo 3 - A Cultura do Mosteiro



 O TEMPO E O ESPAÇO DA CULTURA DO MOSTEIRO

                Entre os séculos V e IX a Europa conheceu duas vagas de invasões. A primeira aconteceu nos séculos V-VI, por parte dos povos Germanos, entre os quais os Visigodos, os Suevos, os Ostrogodos, os Anglo-Saxões, os Francos e os Vândalos. Estas invasões levaram à queda de Roma, em 476, e, com isso, provocaram o fim do Império Romano do Ocidente, o fim da Idade Antiga e o início da Idade Média.  Em consequência destes factos, verificou-se a fundação dos Reinos «Bárbaros», nomeadamente, do Visigodo (na Península Ibérica), do Franco (na atual França), do Anglo-Saxão (na atual Grã-Bretanha) e do Ostrogodo (na atual Itália). A partir de então, formou-se um novo mapa político na Europa e, por outro lado, a Igreja Católica dedicou-se a pacificar e a cristianizar os «Bárbaros», o que fez com que o poder e a influência da Igreja Católica crescessem.
             A segunda vaga de invasões ocorreu nos séculos VIII-X, por parte dos Árabes, ou Muçulmanos, dos Normandos, ou «Vikings», e dos Magiares, ou Húngaros. Estas novas invasões produziram um clima de insegurança, que levou, por um lado, à ruralização, isto é, a fuga da cidade para o campo, e, por outro, à regressão económica, ou seja, a uma agricultura de subsistência e ao enfraquecimento do comércio. Estes fatores conduziram ao reforço do poder dos senhores nobres (guerreiros e proprietários de terras), os únicos a poderem defender as populações. Foi esta situação que esteve na origem do FEUDALISMO, o sistema vigente na Europa dos séculos IX-XII, caracterizado por um poder político fragmentado (o rei era apenas um senhor entre senhores), por uma sociedade assente em relações de dependência de homem para homem e por uma economia de base agrícola.

              O Românico (estilo artístico dos séculos X – XII) desenvolveu-se no contexto de uma Europa Ocidental dominada pelo Monaquismo e pelo poder da Igreja (simbolizado pelo Mosteiro), que desempenhou um papel unificador da ideologia e da cultura;     

-pelo Feudalismo e pelo poder da Nobreza (simbolizado pelo Castelo). O Românico desenvolveu-se, ainda, no contexto de dois fenómenos importantes:
- por um lado, as Peregrinações a Jerusalém, a Roma e, especialmente, a Santiago de Compostela, em cujos “caminhos” se produziu a arte românica;
- por outro lado, as Cruzadas (1096-1270), que resultaram no conhecimento de antigos textos gregos preservados em árabe, da decoração oriental (bizantina), de novas formas artísticas e de padrões de vida mais desenvolvidos, para além de terem reaberto as vias comerciais do Mediterrâneo, com a consequente recuperação do comércio internacional, da vida urbana e da força militar antigas.