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terça-feira, 27 de novembro de 2012

Resumo do filme "A Missão"


TÍTULO DO FILME: A MISSÃO (The Mission, ING 1986)
 DIREÇÃO: Roland Joffé
ELENCO: Robert de Niro, Jeremy Irons, Lian Neeson, 121 min.,
 Palma de Ouro em Cannes e Oscar de fotografia.



  RESUMO


No século XVIII, na América do Sul, um violento mercador de escravos indígenas, arrependido pelo assassinato de seu irmão, realiza uma auto-penitência e acaba se convertendo como missionário jesuíta em Sete Povos das Missões, região da América do Sul reivindicada por portugueses e espanhóis, e que será palco das "Guerras Guaraníticas.


CONTEXTO HISTÓRICO Ao longo dos séculos XVI e XVII várias missões católicas foram criadas pelos jesuítas na América do Sul. Surgidas no século XIII, com as ordens mendicantes, esse trabalho de evangelização e catequese, desenvolveu-se principalmente nos séculos XV e XVI, no contexto da expansão marítima européia. Embora tivessem como objetivo a difusão da fé e a conversão dos nativos, as missões acabaram como mais um instrumento do colonialismo, onde em troca do apoio político da Igreja, o Estado se responsabilizava pelo envio e manutenção dos missionários, pela construção de igrejas, além da proteção aos cristãos. Na análise de Darcy Ribeiro em "As Américas e a Civilização", as missões caracterizaram-se como "a tentativa mais bem sucedida da Igreja Católica para cristianizar e assegurar um refúgio às populações indígenas, ameaçadas de absorção ou escravização pelos diversos núcleos de descendentes de povoadores europeus, para organizá-las em novas bases, capazes de garantir sua subsistência e seu progresso". Durante o século XVIII o movimento missionário enfrentou problemas na América do Sul, em áreas de litígio entre o colonialismo espanhol e português. No sul do Brasil, a população indígena dos Sete Povos das Missões, foi submetida pelo Tratado de Madrid (1750), um dos principais "tratados de limites" assinados por Portugal e Espanha para definir as áreas colonizadas. Pelo Tratado de Madrid,(1) ficava estabelecida a transferência dos nativos para margem ocidental do rio Uruguai, o que representaria para os guaranis a destruição do trabalho de muitas gerações e a deportação de mais de 30 mil pessoas. A decisão foi tomada em comum acordo entre Portugal, Espanha e a própria Igreja Católica, que enviou emissários para impor a obediência aos nativos. Os jesuítas ficaram numa situação delicadíssima, pois se apoiassem os indígenas seriam considerados rebeldes, e se contrário, perderiam a confiança deles. Alguns permaneceram ao lado da coroa, mas outros, como o padre Lourenço Balda da missão de São Miguel, deram todo apoio aos nativos, organizando a resistência desses índios à ocupação de suas terras e à escravização. Dá-se o nome de "Guerras Guaraníticas" para esse verdadeiro massacre dos nativos e seus amigos jesuítas por soldados de Portugal e Espanha. Apesar da absurda inferioridade militar, a resistência indígena estendeu-se até 1767, graças as táticas desenvolvidas e as lideranças de Sépé Tirayu e Nicolau Languiru. No final do século XVIII, os índios já tinham sido dispersados, escravizados, ou ainda estavam refugiados, na tentativa de restabelecer a vida tribal, que os caracterizava antes das missões.




Ficheiro:Brazil states1789.png(1)- Tratado de Madrid foi firmado na capital espanhola entre D. João V de Portugal e D. Fernando VI de Espanha, a 13 de Janeiro de 1750, para definir os limites entre as respectivas colônias sul-americanas, pondo fim assim às disputas. O objetivo do tratado era substituir o de Tordesilhas, o qual já não era mais respeitado na prática. As negociações basearam-se no chamado Mapa das Cortes, privilegiando a utilização de rios e montanhas para demarcação dos limites. O diploma consagrou o princípio do direito privado romano do uti possidetis, ita possideatis (quem possui de fato, deve possuir de direito), delineando os contornos aproximados do Brasil de hoje



.Brasil
Capitanias do Brasil - 1534.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

HCA- Preapare-se para o teste do dia 28 de Novembro

1. Defina o conceito de Império territorial, no tempo de Octávio César Augusto e mencione os factores de união
(romanização) das províncias, culturas e povos integrados.
2. Refira em que consiste a cultura eclética de Roma Antiga.
3. Explique a designação "século de Augusto" que o Senado atribuíu ao período de I a.C. - I d.C. referindo a sua
acção:a) política; b) militar; c) social; d) religioso e e) cultural.
4. Explique as razões para Roma atribuir a designação de Mare Nostrum ao Mar Mediterrâneo.
5. Explicite as origens dos seis Fóruns de Roma, enunciado a função e os edifícos que os constituiam.
6. Refira o plano urbanístico (Urbe) dos espaços citadinos do Império Romano.
7. Explique o motivo porque o Módulo Dois tem como título Cultura do Senado. Mencione as funções dos
Senadores que ascenderam através do cursus honorum.
8. Indique as actividades de "ócio digno" a que se dedicavam os cidadãos romanos e os espaços
correspondentes.
9. Refira as principais características da Arquitectura Romana.
9.1 Identifique os quatros opus/materiais de construção utilizados pelos romanos nas suas obras e
edifícios.
9.2 Mencione os sistemas e técnicas novas de construção utilizadas na arquitectura romana.
10. Identifique os elementos de uma planta rectangular do templo romano.
11. Distinga Panteão de Basílica.
12. Identifique os espaços de um complexo termal romano.
13. Identifique as tipologias da arquitectura privada.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Ficha formativa· – A cultura do Senado -Módulo 2


A evolução política do Senado entre a Monarquia e o Império

O Senado era uma assembleia de patrícios (nobres) que governavam Roma na Antiguidade.

A origem do Senado perdeu-se no tempo. Mas a grandeza de Roma deve-se, também, às

suas instituições políticas, nomeadamente, ao Senado.

No tempo da Monarquia, o rei era eleito pelo Senado, mas precisava de ser confirmado,

por aclamação, na assembleia do povo. O Senado aconselhava o rei, quando este o pedia; era

composto por 100 membros, mais tarde por 200 e, por último, por 300.

Na República, foram criadas as magistraturas dos cônsules, que detinham a autoridade

dos antigos reis. Mas o Senado continuou com os seus poderes: «A sua primeira atividade é

assumir […] a administração do tesouro […]. O julgamento dos crimes cometidos no território

italiano que requeiram uma instrução pública, tais como traição, envenenamento, assassinato,

é da competência do Senado. Também são da sua incumbência a diplomacia e as declarações

de guerra». (Políbio, Histórias)

No Império, o Senado, com Octávio e os seus sucessores, foi perdendo poderes: «Os

poderes do Senado e do povo passaram para Augusto e, a partir deste momento, foi estabelecida

uma verdadeira monarquia. […] Para parecer que detêm [o poder] não por sua própria

vontade mas pela lei, [os imperadores] tomam todos os títulos, que à exceção da ditadura,

dependiam, nos tempos da República, da vontade do povo e do Senado.

É em virtude destes títulos que procedem ao recrutamento de exércitos, estabelecem

impostos, declaram a guerra e fazem a paz, comandam sempre e, em toda a parte, tanto as

tropas aliadas como as romanas (exercem o imperium); assim, detêm os poderes que pertenciam

outrora aos cônsules e a outros magistrados. […] Por serem consagrados sacerdotes […]

detêm o grande pontificado e são senhores de todas as coisas santas e sagradas». (Cassius

Díon (150-235), Historia Romana, publicada em 80 volumes, cerca do ano 230)

Apesar de tudo, o Senado foi a espinha dorsal das instituições e do governo de Roma.

 Resolve as seguintes  questões:
1• O que era o Senado?

2Descreva as funções do Senado no tempo da Monarquia.

•3 Qual era a importância do Senado, na República?

4Império, com Octávio Cesar Augusto e seus sucessores, foi “estabelecida uma verdadeira

monarquia”. O que é que Cassius Díon quer dizer com estas palavras?

5• E que poderes passa a ter o Senado?

6Comente a frase: “Apesar de tudo, o Senado foi a espinha dorsal das instituições

e do governo de Roma”.

7• Justifique ser a Cultura do Senado o título deste módulo.


Ana Lídia Pinto · Fernanda Meireles · Manuela Cernadas Cambotas História da Cultura e das Artes · 10.º ano

site de recursos muito bom para os alunos de Historia e de HCA

https://www.sites.google.com/site/anabelapmatias1/home/7o-ano-apresentacao-e-pre-historia

Leitura complementar sobre o mercantilismo

 Veja aqui
 srec.azores.gov.pt/dre/sd/115152010600/depart/dcsh/textosec.pdf

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Medidas mercantilistas em Portugal e a crise comercial de 1670-92


A – Que relação existiu entre a adoção de medidas mercantilistas em Portugal e a crise comercial de 1670-92?

Entre 1670 e 1692, Portugal enfrentou uma grave crise comercial, caracterizada por uma acumulação de stocks de produtos coloniais (açúcar, tabaco, especiarias), por falta de comprador, apesar dos preços cada vez mais baixos, que foi provocada principalmente por três fatores:

pela concorrência de Holandeses, Franceses e Ingleses na produção de açúcar e tabaco;

pelos efeitos da política protecionista de Colbert;

pelos efeitos da crise espanhola, resultante da redução do afluxo de prata americana, com a qual os Holandeses

compravam o nosso sal. Uma vez que esta grave crise privou Portugal dos meios necessários para o pagamento dos produtos industriais que importava, a política do reino seguiu uma orientação mercantilista.

B – Quais foram as principais medidas do conde da Ericeira?

De acordo com o modelo francês, o conde da Ericeira procurou impor o mercantilismo para atingir uma balança comercial favorável, adotando as seguintes medidas:

estabeleceu fábricas com privilégios (como por exemplo, panos – sedas e lanifícios –, vidro, papel…);

contratou artífices/técnicos estrangeiros que introduziram em Portugal novas técnicas de produção;

protegeu a produção nacional através de pragmáticas – leis que proibiam o uso de produtos de luxo estrangeiros;

desvalorizou a moeda, para tornar os produtos nacionais mais baratos e competitivos em relação aos estrangeiros;

criou companhias monopolistas (como por exemplo, do Maranhão, para o comércio brasileiro).

C – Por que se retrocedeu na política industrializadora portuguesa (abandono do investimento nas manufaturas)?

Cerca de 1690, a crise comercial deu sinais de se extinguir, em resultado dos muitos conflitos político-militares que prejudicaram os interesses holandeses e franceses. Por um acaso, deu-se pela mesma altura a descoberta de minas de ouro e de diamantes no Brasil pelos bandeirantes (participantes em expedições armadas – as Bandeiras – que partiam de S. Paulo e percorriam o Brasil à procura de ouro e escravos, cuja ação foi da maior importância para o conhecimento do território e para a fixação das fronteiras do Brasil) , o que fez abandonar o esforço do investimento manufatureiro, desrespeitar-se as pragmáticas e retomar-se o comércio como atividade prioritária.

 
D – Em que contexto o ouro brasileiro foi apropriado pelo mercado britânico?

O ouro brasileiro seguiu em grande quantidade para o mercado britânico num contexto de dependência económica face à Inglaterra, que foi ainda acentuada pelo Tratado de Methuen (1703).

Segundo este tratado, a Inglaterra comprava os nossos vinhos com vantagem competitiva em relação aos franceses, enquanto Portugal comprava os lanifícios e outras manufaturas àquela sem restrições. Consequências diretas deste tratado

foram o abandono das manufaturas de panos em Portugal e o escoamento do ouro brasileiro para Inglaterra – como o défice comercial português para com esse país era enorme, o ouro pagava as importações de produtos ingles.

6. A POLÍTICA ECONÓMICA E SOCIAL DO MARQUÊS DE POMBAL

A – Como se caracterizou a crise de meados do século XVIII em Portugal?

Esta nova crise foi muito semelhante àquela que tinha estado na origem das medidas económicas do conde da Ericeira, tendo-se caracterizado por:

uma debilidade da produção interna;

dificuldades de colocação de produtos brasileiros no mercado;

excessiva intromissão das outras nações no nosso comércio colonial (supostamente exclusivo…);

défice crónico da balança comercial.

B – Quais as características e os objetivos da política económica do Marquês de Pombal?

Sebastião José de Carvalho e Melo, mais conhecido por Marquês de Pombal depois de se ter tornado 1º Ministro do rei D. José, desenvolveu uma política económica de cariz mercantilista, com os seguintes objetivos:

reduzir o défice;

nacionalizar o sistema comercial português (passar o controlo e os benefícios do comércio para as mãos dos Portugueses);

diminuir a importação de bens de consumo;

relançar as indústrias;

tornar o comércio português seguro e rentável.

 

C – Que medidas 1de fomento manufatureiro, 2de reorganização do comércio e 3de alteração da ordem social foram encetadas pelo Marquês de Pombal?

1Medidas de fomento manufatureiro:

concessão de privilégios (subsídios e isenção de impostos) às indústrias existentes;

criação das manufaturas da Covilhã e de Portalegre para desenvolver a indústria de lanifícios;

introdução dos têxteis de algodão;

desenvolvimento da indústria de vidro da Marinha Grande;

fomento de vários setores da indústria – metalurgia, cerâmica, saboaria, construção naval…

contratação de técnicos estrangeiros e de mão-de-obra especializada;

publicação de pragmáticas;

reorganização da Real Fábrica das Sedas. Ä ver mapa/doc. 36, manual, p. 116

 
2Medidas de reorganização do comércio:

criação de companhias monopolistas. Ä ver doc. 35, manual, p. 115

criação da Aula do Comércio, a primeira escola comercial da Europa, precursora das atuais escolas técnicas;

criação da Junta do Comércio, órgão que controlava a atividade comercial do reino.

 

3Medidas de alteração da ordem social:

atribuição do estatuto nobre à alta burguesia, accionista das companhias monopolistas;

fim da distinção entre cristãos-novos e cristãos-velhos;

subordinação das ordens privilegiadas (nobreza e clero) à Coroa.

D – Que resultados obteve a política económica de Pombal?

A política económica de Pombal teve resultados imediatos, pois:

as áreas económicas sob controlo das companhias prosperaram;

desenvolveu-se a produção de outros produtos coloniais – o algodão, o café e o cacau;

as importações diminuíram e as exportações aumentaram.

Nas décadas seguintes Portugal viveu a sua melhor época comercial de sempre – entre 1796 e 1807 a balança comercial obteve um saldo positivo.

 

Crise Comercial (1670-1692)


 
. Dificuldades de colocação dos produtos coloniais portugueses
Política Mercantilista
. Fomento manufactureiro.
.Protecção dos produtos nacionais.
Nova situação económica:
-Fim da crise comercial.
Descobertas de ouro no Brasil.
Consequências:
. Abandono da política industrializadora.
. Aumento das importações.
Tratado de Methuen
Consequências:
. Escoamento do ouro do brasileiro para a economia e mercado inglês.
Política económica e social pombalina
. Criação das companhias monopolistas.
. Valorização da grande burguesia.
. Fomento manufactureiro.
Consequências da acção do Marquês de Pombal
. Prosperidade comercial.

1. O REFORÇO DAS ECONOMIAS NACIONAIS E AS TENTATIVAS


A – O que foi o Mercantilismo?

OMercantilismo foi a doutrina económica dos séculos XVI, XVII e XVIII, que defendia uma forte intervenção do Estado na economia, através de medidas protecionistas e monopolistas, com o objectivo de aumentar a riqueza nacional.

B – Quais eramos seus princípios?

O Mercantilismo tinha como princípios:

a abundância de metais preciosos no reino;

a Balança comercial – relação entre o valor das importações e das exportações – positiva (ou favorável);

o Protecionismo – política económica que impede a livre iniciativa e a livre circulação de mercadorias, traduzindo-se por um aumento das taxas alfandegárias sobre as importações e pela concessão de exclusivos e privilégios às indústrias internas;

o fomento da produção manufatureira/industrial, para promover a auto-suficiência do país;

o incremento e reorganização do comércio externo, para explorar mercados de abastecimento de matérias-primas e de colocação de produtos manufaturados.

 

C – Por que se pode afirmar que as políticas e medidas de Cromwell e de Colbert se enquadram na teoria mercantilista?

As políticas de Cromwell e de Colbert enquadram-se na teoria mercantilista porque se caracterizaram pela intervenção do Estado na economia, por meio de medidas protecionistas e monopolistas e com o objetivo de aumentar a riqueza dos respetivos países.

D – Quais as diferenças e semelhanças entre o mercantilismo inglês e o mercantilismo francês?

O mercantilismo francês, implementado por Colbert, teve uma feição muito dirigista e centrou-se nas Manufaturas – atividades industriais que não empregavam maquinaria  Assim:

criou novas indústrias e as manufaturas reais;

importou técnicas industriais;

controlou a atividade industrial através de inspetores estatais;

desenvolveu a frota mercante e a marinha de guerra;

criou Companhias monopolistas – associações económicas que tinham o direito exclusivo de comerciar numa dada zona. Por seu lado, o mercantilismo inglês, implementado por Cromwell, teve uma feição mais flexível e centrou-se no comércio. Assim:

publicou, entre 1651 e 1663, os Atos de Navegação – leis que proibiam a entrada em Inglaterra de mercadorias coloniais transportadas em barcos estrangeiros (só a marinha britânica os podia transportar);

implementou uma política de expansão comercial;

criou grandes companhias de comércio, como a Companhia das Índias Orientais inglesa (a mais rica e poderosa das companhias monopolistas), que detinha o exclusivo do comércio com a Ásia e amplos poderes a nível da administração, defesa e justiça.

2. O EQUILÍBRIO EUROPEU E A DISPUTA DAS ÁREAS COLONIAIS

A – A que se deveu a fragilidade do equilíbrio europeu nos séculos XVII e XVIII?

A fragilidade do equilíbrio europeu deveu-se principalmente a motivações:

económicas ( Guerras anglo-holandesas);

políticas/dinásticas (Guerra da Sucessão de Espanha).

B – Qual a relação entre o Capitalismo comercial, o protecionismo económico e a corrida às áreas coloniais como agudizar das tensões internacionais?

C – E quais as áreas coloniais disputadas pelos Estados atlânticos?

O Capitalismo comercial – sistema económico dos séculos XVI-XVIII, caracterizado pelo investimento no comércio como forma de obtenção de lucros e de desenvolvimento económico – levou a que o domínio dos mercados se tornasse uma prioridade política. Como o protecionismo económico levantava entraves à circulação de mercadorias no circuito europeu, os Estados voltaram-se para as áreas coloniais – grandes mercados fornecedores de matérias-primas e consumidores de produtos manufaturados, localizados no Oriente, em África e na América –, o que provocou acesas rivalidades e inúmeros conflitos entre as potências europeias, uma vez que se praticava o Exclusivo colonial, isto é, uma forma de exploração económica que reservava para a metrópole os recursos e o mercado das colónias, impedindo outros países de aí realizarem quaisquer negócios.

D – Como se caracterizou a disputa pela supremacia no grande comércio

marítimo?

Essa disputa caracterizou-se por conflitos armados entre as grandes potências europeias, que se desenvolveram em duas fases:

1ª - de 1651 a 1689 – Guerras entre a Holanda e a Inglaterra, em consequência dos Atos de Navegação ingleses, que culminaram na vitória da Inglaterra e marcaram o fim da hegemonia comercial holandesa;

2ª - de 1689 a 1763 – Guerras entre a Inglaterra e a França, por questões territoriais e económicas, que culminaram na Guerra dos Sete Anos, ganha pela Inglaterra. Foi assim que, após mais de um século de conflitos, a Inglaterra se tornou a maior potência colonial e marítima da Europa.

3. A HEGEMONIA ECONÓMICA BRITÂNICA
A – Quais foram as inovações agrícolas inglesas e qual a sua importância para o sucesso económico da Inglaterra?

B – E que papel tiveram no crescimento demográfico e a urbanização no desenvolvimento económico inglês?

As principais inovações foram:

o sistema de rotação quadrienal de culturas (ou afolhamento quadrienal);

a articulação entre a agricultura e a criação de gado (assegurava o necessário estrume e incentivava a melhoria das raças animais);

a vedação dos campos – as chamadas enclousures;

introdução de máquinas nos campos, como a primeira semeadora mecânica, a charrua triangular e a primeira máquina debulhadora.

Estas inovações conduziram a um aumento da produtividade, que levou a um aumento demográfico e

canalizou a mão-de-obra excedentária para as cidades (urbanização) – factores de vitalidade e riqueza económica.

C – Qual foi o impacte do alargamento dos mercados na economia inglesa?

No século XVIII, em resultado da conjugação de fatores como a revolução demográfica, a abolição dos entraves à circulação dos produtos, o incremento dos transportes e o crescimento urbano, a Inglaterra criou um verdadeiro Mercado nacional, mercado interno onde os produtos e a mão-de-obra podiam circular

livremente. Ao nível do mercado externo, os Ingleses conseguiram abrir brechas no rigoroso protecionismo dos Estados europeus seus rivais e, ainda, comercializar com os continentes americano e africano (praticando o comércio triangular) e asiático (através da Companhia das Índias Orientais).

O alargamento dos mercados contribuiu decisivamente para o forte crescimento económico da Inglaterra e para a sua supremacia sobre o mundo.

D - Que progressos se verificaramno sistema financeiro inglês?

O sistema financeiro favoreceu o sucesso inglês através das seguintes instituições:

a Bolsa de valores de Londres que, ao transacionar bens mobiliários (fundos do Estado, ações, obrigações), promoveu o desenvolvimento do capitalismo;

o Banco de Inglaterra, que realizava operações de apoio ao comércio (depósitos, transferências, crédito), emitia notas e financiava a atividade comercial e industrial.

4. O ARRANQUE INDUSTRIAL NA INGLATERRA

A – O que foi a Revolução Industrial e em que contexto ela ocorreu?

A Revolução Industrial foi uma alteração tecnológica na produção – iniciada com a introdução da máquina a vapor – acompanhada de modificações profundas nas estruturas demográficas, económicas, sociais e mentais, que ocorreu na Inglaterra a partir da segunda metade do século XVIII. Ela deu-se num contexto de condições favoráveis, com destaque para:

as inovações técnicas na agricultura – Revolução Agrícola;

as abundantes matérias-primas, proporcionadas pelas colónias e pelo aumento da produtividade agrícola;

os avanços tecnológicos – novos combustíveis, como o carvão de coque (mineral) em vez do vegetal, e novos inventos, como a máquina a vapor de JamesWatt;

a abundante mão-de-obra, em resultado do crescimento populacional e a migração dos campos para as cidades.

B – Que fatores impulsionaramos progressos no setor algodoeiro e emque se manifestou o seu dinamismo?

Os progressos do setor algodoeiro foram impulsionados pelo aumento da procura interna e externa e pela abundância de matérias-primas.

O dinamismo deste setor manifestou-se em novos melhoramentos na tecelagem, na fiação e na estampagem, originando um inédito aumento de produtividade e produção.

C – Qual foi o papel da metalurgia?

O desenvolvimento foi acompanhado de perto pelo da metalurgia que, ao fornecer máquinas e outros equipamentos metálicos, se tornou indispensável ao processo de industrialização.

Um dos principais produtos desta indústria, o ferro, agora mais barato e resistente, começou a substituir com vantagem outros materiais, e surgiram as primeiras construções metálicas.

D – Quais as vantagens trazidas pelo vapor?

Com o vapor, e pela primeira vez na História da Humanidade, criou-se uma fonte de energia artificial, eficaz e adaptável a muitos usos – maquinismos e meios de transporte.

E – Que consequências teve a Revolução Industrial iniciada em Inglaterra?

a manufatura cedeu o seu lugar à maquinofatura, a oficina à fábrica, o artesão ao operário, a produção artesanal à produção em série;

grandes vagas de camponeses migraram para as cidades, que cresceram negras do fumo das fábricas e se espraiaram em bairros pobres (subúrbios), de habitação operária;

uma nova classe, a burguesia industrial, ascendeu ao topo da sociedade e do poder político, impondo os seus valores, a sua cultura e o seu modo de viver;

os transportes aceleraram a vida, fazendo circular mercadorias, homens, notícias, ideias e hábitos.